Descrição de chapéu Todo mundo lê junto

Usando só os pés e as mãos, Barbatuques faz 25 anos de música

Banda de música corporal começou tocando para adultos e, aos poucos, passou a fazer canções infantis

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São Paulo

Fale a verdade: durante a quarentena, teve alguma vez que você reclamou para seus pais ou avós que não tinha nada legal para fazer estando preso em casa?

Provavelmente sua resposta foi “sim”. Mas, um grupo musical brasileiro, que se formou há 25 anos, veio aqui nesse texto provar que sua impressão estava errada.

Treze integrantes do grupo posam para foto batendo suas mãos
Os treze integrantes do grupo Barbatuques, que completa 25 anos de atividade - Tati Wexler/Divulgação

Para o Barbatuques, banda paulistana de música corporal (feita com o próprio corpo), tem bastante coisa divertida para fazer em casa, sim —na verdade, tem coisa divertida na gente mesmo. Ou você não sabia que seu corpo inteirinho pode se transformar em instrumentos sonoros?

É isso que ensina André Hosoi, integrante do Barbatuques desde o comecinho do grupo, em 1995. Ele explica que fazer música sem usar nenhum instrumento —além das mãos e pés— é o jeito mais inclusivo de criar, o que significa que todo mundo pode experimentar.

“A criança gosta de tudo que se aproxima do brincar, e, nisso, aprende muito mais rápido que os adultos”, conta Hosoi.

“Na música corporal, ela brinca com seu corpo de forma livre, experimenta, troca sem ficar pensando muito, faz para se divertir.”

O Barbatuques, que hoje tem mais de 30 mil seguidores em seu perfil do Instagram e o dobro disso no YouTube, surgiu por meio de reuniões de um grupo de amigos que se encontrava todas as segundas-feiras para pesquisar atividades e ritmos com os sons do corpo.

“A ideia era explorar um modo ainda desconhecido de fazer música”, relembra Hosoi. A primeira apresentação do grupo aconteceu em um show do compositor Luiz Gayotto, no SESC Consolação, com apenas uma música.

“Foi o maior sucesso, e, a partir daí, resolvemos começar a trabalhar em um repertório para ser apresentado.” O status de grupo artístico musical e o nome vieram definitivamente em 1997. E por que Barbatuques?

Por conta de Fernando Barba, um dos maiores responsáveis por iniciar essa história toda. Em abril de 2017, Barba descobriu um tumor no cérebro e precisou passar por uma cirurgia às pressas. A operação o deixou com sequelas.

“De uma hora para outra, eu, que era um músico focado essencialmente no ritmo, fiquei disrítmico”, explica Barba nas primeiras páginas da sua biografia “A Vida Começava Lá: Uma História de Repercussão Corporal”. Desde então, ele coordena as oficinas do grupo, e opina também nas questões artísticas.

Atualmente, o Barbatuques tem 13 integrantes, incluindo quatro da formação original: Lu Horta, Helô Ribeiro, Giba Alves e André Hosoi.

E sabia que o Barbatuques não nasceu como um grupo para crianças? Este foi um caminho que ele foi tomando aos poucos, e nunca de maneira exclusiva —o que é ótimo porque, fazendo música para adultos e pequenos, dá para todo mundo ouvir e assistir juntos.

“Quando os integrantes se tornaram pais e mães, a ideia de mergulhar no universo da criança foi tomando mais força. Demoramos um pouco, pois queríamos fazer algo que realmente fosse significativo para elas e também para os pais”, explica Hosoi.

Assim, nasceu o “Tum Pá”, um disco baseado em brincadeiras infantis, adaptadas à linguagem do Barbatuques. “Pesquisamos muito para que a experiência fosse além do entretenimento, mas, sim, com um cunho educativo, de musicalização através do corpo”.

No segundo álbum para crianças, o “Só + 1 Pouquinho”, o foco foram os maiorzinhos. “Penso que isso está também relacionado com o crescimento de nossos filhos. A realidade muda, o assunto muda. Nossos discos infantis são tão ou mais produzidos do que os outros, em termos de composição, arranjo e execução”.

“Estamos com um projeto de clipes, que queremos continuar assim que possível. Fora isso, lançaremos um livro de atividades para educação infantil baseado em nosso repertório e canções populares desse universo”, diz Hosoi, sobre os planos do grupo para quando a quarentena acabar.

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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