Descrição de chapéu Todo mundo lê junto

Vacina forma exército de soldadinhos para proteção do corpo

Médico explica como a imunização funciona no organismo e por que precisamos das injeções

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São Paulo

Se você já se perguntou por que os enfermeiros precisam de uma injeção na hora de dar as vacinas, sendo que todo mundo sabe que também existem vacinas de gotinha, este texto aqui vai acabar de vez com esta e todas outras dúvidas que você tenha sobre este assunto.

Antes de qualquer coisa, é importante saber, afinal, o que é uma vacina, já que essa conversa agora vive na boca de todo mundo —é vacina na televisão, no rádio do carro, até à mesa do almoço.

Desenhos de soldados simbolizando os anticorpos da vacina formando um escudo contra os virus
Ilustração de Silvs mostra soldados simbolizando os anticorpos da vacina formando um escudo contra os virus - Silvis

A ideia da vacina é simples: fazer com que as pessoas fiquem protegidas de doenças, sem que elas precisem ficar doentes para isso. Marco Aurélio Sáfadi, que é médico e professor há mais de 30 anos, tem uma explicação legal envolvendo um brinquedo que todo mundo adora.

“A vacina é um instrumento que faz com que você desenvolva soldadinhos de defesa, que se chamam anticorpos”, resume Marco.

“Quando você pega catapora, por exemplo, desenvolve proteção, formando soldadinhos. Já a vacina forma esses soldadinhos antes mesmo de a criança ter contato com os vírus e bactérias.”

Foi por volta de 1881 que as vacinas começaram a ser produzidas em massa.

Soldadinhos de chumbo da era de Karánsebes em cima de uma mesa de madeira
Anticorpos são como soldadinhos de defesa, de acordo com o médico Marco Aurélio Sáfadi - Andrein/Flickr/CC

“Uma das maneiras de construir uma vacina é pegar o vírus em um laboratório e deixá-lo bem fraquinho. Dessa forma, quando a gente o injetar no corpo, ele não vai provocar a doença, mas vai ser suficiente para o surgimento dos soldadinhos”, continua.

Outra maneira, segundo Marco Aurélio, é matar o vírus, pegar só uma parte dele, e dar para o organismo.

“Assim também teremos soldadinhos”, garante o médico, que é presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Em média, antes de virar um adulto, a criança toma vacinas para prevenir 18 doenças. E isso não significa que sejam 18 vacinas, porque algumas delas vêm combinadas dentro de uma mesma dose.

Uma delas, a BCG, deixa uma cicatriz no braço depois da aplicação. É a primeira vacina que todo mundo toma, ainda na maternidade. As outras não deixam marca nenhuma. No máximo, a pessoa tem inchaço e um pouquinho de dor local no dia.

E, por falar em aplicação, por que será que as vacinas não podem ser sempre com gotinhas, sem injeção?
“A gente adoraria que todas as vacinas pudessem ser pela boca. As únicas que temos via oral hoje são a da pólio e a do rotavírus. As outras, a gente não consegue”, diz Marco.

O lugar do corpo onde a injeção vai ser dada depende da idade da pessoa. Nas crianças pequenas, de até cerca de dois anos, os enfermeiros dão preferência para a coxa. Acima disso, a vacina passa a ser dada no braço. No bumbum, só injeção de remédio.

Várias profissões trabalham com a criação de novas vacinas, como os farmacêuticos, os bioquímicos e os engenheiros químicos. Todos eles gostariam que houvesse vacinas para prevenir todas as doenças, mas infelizmente isso não acontece.

“Quando há uma doença que se mostra importante, com danos e sofrimento à população, a gente faz todos os esforços para desenvolver uma vacina. Mas, como tudo na vida, às vezes não temos sucesso”, conta.

“Às vezes temos uma vacina que não forma soldados suficientes, ou que não têm competência para nos proteger, e às vezes a vacina produz soldados que começam a atacar nosso próprio organismo.”

Mas é importante saber que todas as vacinas que são aplicadas nos postos de saúde e clínicas do Brasil já passaram por vários testes antes de virem parar nos braços das pessoas. E que elas são seguras, eficazes, e uma das invenções mais importantes da história.

*TODO MUNDO LÊ JUNTO
Esta matéria é indicada para ser lida por responsáveis e educadores junto com a criança

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