Descrição de chapéu Todo mundo lê junto

Chimamanda fala de igualdade com crianças

Companhia das Letrinhas lança 'Sejamos Todos Feministas' para jovens leitores

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Quando era criança, Aju Paraguassu achava injusto ter que fazer as tarefas domésticas, enquanto seus primos meninos não precisavam ajudar em nada, nem com a louça, nem com a vassoura. Aju questionava aquela organização das coisas, e lembra que brigava por igualdade —se ela deveria participar, então todos deveriam participar também.

Hoje, Aju trabalha fazendo desenhos. E imagine a surpresa dela quando recebeu o convite para ilustrar o livro “Sejamos Todos Feministas”, da escritora Chimamanda Ngozi Adichie. “Eu não acreditei! Passado o susto feliz, achei que era só a capa. Depois que entendi que era a edição toda, eu fiquei besta”, conta.

Três meninas negras estão abraçadas e sorrindo
Ilustração de Aju Paraguassu para o livro "Sejamos Todos Feministas", de Chimamanda Ngozi Adichie - Reprodução

Essa felicidade toda é porque “Sejamos Todos Feministas” é um livro muito importante. Foi lançado a primeira vez em 2014, inspirado em uma palestra de Chimamanda que já teve mais de 4 milhões de visualizações na internet.

Chimamanda tem 43 anos e nasceu na Nigéria. Ela já escreveu vários livros, e é mestre em escrita criativa e em estudos africanos.

Agora, a editora Companhia das Letrinhas lança uma versão de “Sejamos Todos Feministas” adaptada para jovens. E, por se considerar uma “feminista, com muito gosto”, Aju ficou contente em participar do projeto.

Mas, afinal, o que é este “feminista” que o livro sugere que todo mundo seja? “Ser feminista é defender a igualdade de existência, de pensamento, de oportunidade. É liberdade para todas as existências. O feminismo é uma luta pela vida”, explica Aju.

Logo na abertura do livro, é feita uma pergunta aos leitores, justamente sobre como funciona a divisão de tarefas na casa deles, a exemplo daquilo que Aju questionava quando era pequena.

Este prólogo propõe também que todo mundo pense sobre o porquê de determinadas funções serem exercidas sempre por mulheres, e outras, sempre por homens.

Outra pergunta do livro é: “por que, no mundo, as decisões importantes são quase sempre tomadas por homens?” Chimamanda acredita que, ao pensar sobre tudo isso, as pessoas podem ver que o feminismo ajuda a construir um mundo mais saudável e menos violento. E não só para as mulheres, mas para todos.

Chimamanda Adichie
A escritora Chimamanda Adichie - Victor Ehikhamenor

Nesta versão de “Sejamos Todos Feministas”, Aju desenhou muitas crianças, e apenas três adultas —uma delas é Chimamanda. A ilustradora conta por que fez essa opção. “Por honra a seu intelecto e importância. É preciso saber o rosto daquela voz, se reconhecer e ver ali um espelho dizendo ‘pode ser você também’”, encoraja Aju.

Além dela, também aparecem desenhadas Wangari Muta Maathai, a primeira mulher africana a receber o Prêmio Nobel da Paz, e uma professora sem nome, mas com muita importância porque, como explica Aju, “cuida do alimento intelectual das crianças”.

Para a ilustradora, tornar o feminismo disponível para todos é “a mais pura revolução”. “O que mais me impressionou no livro foi a acessibilidade. Qualquer pessoa que leia é capaz de compreender”.

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.