Descrição de chapéu Todo mundo lê junto

Criativo e acessível, Vivaldi foi parar até em comercial de sabonete

Compositor nasceu na Itália, no dia 4 de março de 1678

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São Paulo

Além de lembrar se faz frio ou calor, quando a gente pensa nas estações do ano talvez também consiga ouvir, na memória, os sons que aquela época do ano faz. No inverno, por exemplo, quando venta muito, ou as trovoadas daquelas chuvas repentinas que aparecem no verão.

Houve um compositor que transformou tudo isso em música —e é bem provável que você conheça essas melodias. O nome dele era Antonio Vivaldi, um italiano que, se fosse vivo, nesta quinta (4) faria aniversário.

Ele nasceu na cidade de Veneza, em 1678, e ficou famoso por muitas obras, mas especialmente por “As Quatro Estações”.

“É possível ouvir pássaros, canções primaveris e tempestades entre inúmeras outras sugestões sonoras ao longo da obra”, explica o regente, compositor e bandolinista André Bachur, sobre esta série de concertos de Vivaldi.

Antonio Vivaldi aprendeu a tocar violino com o pai, e depois entrou na escola de música - Reprodução

Ele conta que, nesta partitura (que é o papel onde é anotada a “receita” de uma música, para os músicos lerem e tocarem), há também poesias chamadas sonetos, para inspirar os intérpretes. “Sem dúvida, é um ciclo muito inventivo e bem realizado. Vale a pena escutar. A diversão e o convite à imaginação estão garantidos”, diz André.

Mas Vivaldi não é apenas “As Quatro Estações”. Na verdade, ele é muito mais: escreveu 770 obras, incluindo 46 óperas. Seu pai era barbeiro, e tocava violino muito bem. Com isso, o menino começou a aprender em casa, para depois ir para uma escola de música em uma igreja.

Vivaldi, aliás, além de músico também era padre. Ficou conhecido como “o padre ruivo”, por causa da cor dos seus cabelos. Dizem que sofria de asma, e que por isso deixou de trabalhar nas capelas.

O maestro André Bachur conta que Vivaldi tinha um estilo mais acessível do que os compositores das gerações antes dele. E que isso, junto com sua criatividade, fez com que ele tivesse bastante sucesso, com obras tocadas em toda a Europa, e influenciando outros compositores como, por exemplo, J. S. Bach.

Embora sua formação fosse de violinista, André explica que Vivaldi escreveu seus concertos não só para este instrumento, mas também para violoncelo, oboé, vários tipos de flauta, fagote, trompa, trompete, alaúde e bandolim, por exemplo —este último, o instrumento principal do maestro André.

“Gosto muito quando tenho a possibilidade de interpretar uma obra de Vivaldi, seja como regente ou bandolinista. Dois dos mais importantes concertos para bandolim, que são raros, foram compostos por ele”, acrescenta André.

Hoje em dia, é possível ouvir nos serviços de música online centenas de gravações das composições de Vivaldi. E, quando a pandemia acabar, também vai ser possível voltar a frequentar as salas de concertos, onde, diz André, Vivaldi é um “best-seller”.

Ele lembra que também tem Vivaldi em muitas trilhas sonoras, e até mesmo em algumas propagandas de TV. A mais famosa delas foi a de um sabonete, e que passava na televisão nos anos 1980.

“Além disso, diversos grupos do universo da atualmente chamada música popular fizeram releituras de suas obras, popularizando ainda mais a música do ‘padre ruivo’”, brinca.

“É importante saber que, embora muito conhecida e escutada, a porcentagem da obra de Vivaldi que geralmente circula e é de fato ouvida é muito pequena perto do volume de obras que o compositor deixou. Ou seja, tem muita coisa para ser buscada e conhecida nesse universo encantador da música de Vivaldi.”

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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