Meninas contam o que já aprenderam sobre feminismo

Elis, Julia, Laura, Leticia e Helena também falaram das mulheres que admiram

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Rio de Janeiro

Você sabe por que se comemora o Dia da Mulher? A gente tem que voltar em 1857. Naquele 8 de março, mulheres que trabalhavam em uma fábrica nos Estados Unidos fizeram greve porque achavam as condições de trabalho péssimas.

E pior: ganhavam bem menos que os homens que faziam a mesmíssima coisa que elas. Como se um menino ganhasse três bombons, e uma menina, apenas um.

O patrão não gostou da atitude delas, e a história acabou com 129 operárias mortas. Anos depois, a data foi escolhida como um símbolo do feminismo, que é a luta para que as mulheres tenham os mesmos direitos que os homens.

Muitas mulheres sofrem violência e, em alguns países, alguns grupos não querem nem que elas estudem. Em 2012, Malala, hoje uma ativista do Paquistão que ganhou o Prêmio Nobel da Paz, levou um tiro porque foi à escola. Desde então, batalha para que meninas possam ter aulas.

A pedido da Folhinha, cinco meninas contaram e desenharam o que acham do Dia da Mulher.

Elis Santos Morais Cantanhede, 9, a MC Elis

Feminismo é uma luta para todas as meninas. É importante porque cada vez mais mulheres sofrem violência. Se a gente entender que somos fortes e poderosas, a gente pode se unir. O funk pode ajudar porque fortalece e deixa as mulheres mais seguras.

Meu padrinho fez essa música para mim: ‘Eu já tou cansada/ Dessa ideia de racismo/ Eu não tô de mimimi/ Fale o que quiser nem ligo/ Meu cabelo não é duro/ Ele é crespo e muito lindo/ Vou passar minha visão/ Tá incomodado comigo?’. A música é contra o racismo e a favor da felicidade e da liberdade das crianças.

Mas o mundo do funk também é muito machista. Tem música que fala mal das mulheres e maltrata a gente. São muitos ‘proibidões’, tem palavrão, minha mãe não me deixa ouvir. É machismo porque se acham superiores.

Funk é para se sentir livre, não para humilhar ninguém. Não pode ninguém dizer o que a gente tem que fazer. Admiro minha mãe, que sempre esteve comigo e me produz. Quando crescer, quero ser professora de dança, mas quero sempre cantar.

Julia Belmonte Pedrosa, 7

O feminismo é quando as meninas e os meninos têm o mesmo direito. A Malala é uma feminista, porque lutou para as meninas irem para a escola. Na minha casa não tem isso, não. Nós somos três! Nós que mandamos. Só tem um homem!

Minha mãe é feminista. Meu pai não é, mas deixa eu brincar de tudinho nesse mundo. Posso brincar de carrinho, de futebol, de tudo que todo mundo acha que é de menino. Um dia, quando eu era pequena, eu queria um carrinho de polícia, e minha mãe me deu. Quero dizer um recado: que as mulheres podem ser livres para sempre trabalharem no que quiserem.

Acho, sim, legal, comemorar o dia 8 de março, para elas chamarem a atenção dos homens. Se eles acham que só eles podem fazer tudo o que quiserem: não, elas também podem. Quero ser veterinária e bióloga. E a mulher que mais admiro na vida é minha mãe, porque ela escreve livro, é legal comigo, e eu amo ela.

Acho que feminismo é ser alguém que acha certo a pessoa brincar do que quer. Não importa se gosta de azul ou de rosa. Se é menino ou menina. Fazer cada um o que quer. Não é muito justo as pessoas fazerem o que os outros pensam que é certo. Eu mesma adoro jogar futebol. Não tenho time, mas gosto de jogar como goleira. Onde eu estudava, eu jogava no time das meninas. Na escola tinha o dia dos meninos jogarem e o dia das meninas. Seria legal todo mundo jogar junto. Na minha primeira escola era assim, todo mundo junto. Admiro muito a Malala, porque ela deu às mulheres o direito de estudar.

Letícia Zambrotti Dusilek, 11

Vou à igreja com meus pais, lá todos são amigos e tratados igualmente. A mulher veio da costela de Adão, então ela sempre tem que estar do lado, não atrás dele. Sei também que foram as mulheres que primeiramente anunciaram a ressurreição de Jesus e acompanharam seu ministério.

Eu acho o Dia da Mulher muito importante, porque mostra a importância que as mulheres têm no mundo. Muitas pessoas acham que elas não têm tanta importância assim. Minha mãe comentou que um homem e uma mulher, que trabalham na mesma posição, às vezes a mulher ganha metade do salário dele. É um absurdo.

O feminismo é para mostrar que a mulher tem direitos iguais aos do homem. Gosto da ideia, não gosto de desigualdade. A mulher tem que ser livre para escolher o que quer ser, não ser dona de casa porque o homem quer que ela seja.

Ainda estou indecisa, mas acho que quero ser arquiteta. Adoro filmes que mulheres têm um papel principal. Admiro muito a minha mãe, minhas avós, a Gal Gadot [que interpreta a Mulher Maravilha], a Scarlett Johansson. Elas têm uma história de vida muito boa e me inspiram.

Maria Helena Medeiros Cut, 8

O papel da mulher é cuidar da família e ter também um bom trabalho. Gosto muito da tia Miriam, ela era a professora mais legal, me tratava com carinho. Admiro muito minha tia Claudete e minha mãe. Minha tia cuida de mim quando minha mãe sai para trabalhar.

Eu gosto de brincar de boneca, ser a mãe da boneca. Meninos e meninas devem poder brincar do que querem. Não sei o que é feminismo, só sei que meu pai e minha mãe arrumam as coisas, os dois. Eu também faço coisa, meu irmão Gustavo ajuda também.

Quero ser professora de matemática. O que eu mais gosto é fazer conta de mais. Na minha turma tem mais menina que gosta de estudar matemática do que menino.

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