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Massinha, pizza e bola são entrevistados em programa na TV

Inspirado nos talk shows, 'Charlie, o Entrevistador de Coisas' estreia dia 5

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São Paulo

Você já deve ter reparado que os adultos adoram programas de entrevista na TV. Sabe quando ficam sentados de um lado um apresentador e, do outro, um convidado, e um faz um monte de perguntas para o outro?

Pois agora quem é criança vai entender por que é que eles acham isso tudo tão legal. Estreia na segunda (5), na TV Cultura, “Charlie, o Entrevistador de Coisas”, um programa desse mesmo jeitinho, só que um pouco mais maluco.

É que os convidados do Charlie, dono do programa, são meio fora do comum: um ovo, uma massinha de modelar, uma bola de futebol etc. E, para quem pensa que figuras como estas não têm nada a dizer, ele promete surpresas.

Carneiro Charlie estreia seu talk show na TV Cultura, o 'Charlie, o Entrevistador de Coisas' - Divulgação

“Uma vez eu fui entrevistar uma pipa. Falar de brincar ao ar livre, de vento, da vista lá de cima. Mas, para a surpresa de todos, ela me revelou que morria de medo de altura!”, adianta Charlie, um entrevistador com cara de carneiro e corpo de novelo de lã.

Ele conta que nasceu em uma fazenda e cresceu no pasto, mas sempre sonhou em ter algo além daquele “gramadão verde”. “Eu era de longe o carneiro mais falante do rebanho. E adorava cantar! Mas era meio desafinado”, lembra.

Charlie quis ser jogador de futebol, mas não acertava uma e foi dispensado pelo Carneirense, o time da sua cidade. Tentou ser chef de cozinha, mas, como ficava conversando e não prestava atenção, sempre queimava a comida.

“Então eu percebi que adorava conversar e as coisas tinham muito a dizer. As coisas não tinham um lugar para falar. Resolvi fazer um programa só para as coisas, para poderem nos contar sobre as suas vidas, para reclamar, chorar, rir ou mostrar o que sabem fazer”, explica.

Quando soube que seu programa finalmente passaria na televisão, Charlie diz que ficou muito contente. “A minha mãe já contou para as minhas tias e primos lá da fazenda. Está todo mundo esperando para assistir. Espero que o programa tenha muito sucesso”, torce.

O trabalho de Charlie no comando de um talk show —que é o nome pelo qual se chama esse tipo de programa em qualquer lugar do mundo— é parecido com o dos jornalistas. Ambos precisam dominar as técnicas de uma boa entrevista quando vão conversar com as pessoas (ou coisas, no caso do Charlie).

E entrevistar, ensina o carneiro, não é só perguntar o que der na telha. “É muito complicado. A gente tem que saber antes quem vai ser o entrevistado e dar uma pesquisada para pensar bem no que vai perguntar”, diz.

“E, depois, tem que ficar prestando bastante atenção nas respostas. A entrevista fica mais legal quando parece uma conversa. Eu adoro comentar as respostas dos entrevistados.”

Charlie dá mais uma dica importante: para que a entrevista funcione bem, as perguntas precisam ter a ver com o entrevistado, senão vira uma grande bagunça.

“Se eu estou entrevistando uma pizza, não vou fazer perguntas sobre praia ou sobre carro, trem ou motocicleta. Se bem que seria uma boa tentar saber se é muito chato ficar dentro daquela embalagem balançando no bagageiro da moto do entregador”, divaga.

Para fazer seu trabalho em “Charlie, o Entrevistador de Coisas”, ele se inspira em ídolos como Jô Soares, apresentador brasileiro, hoje com 83 anos, e que por quase três décadas apresentou um dos talk shows mais famosos do país.

Charlie, inclusive, homenageou Jô ao decidir que, assim como o programa dele, o seu também teria uma banda musical tocando ao vivo antes de as entrevistas começarem.

O carneiro também adora o trabalho da Oprah, uma apresentadora americana, e do Marcelo Tas, que gosta de perguntar “o que é a vida?” aos seus entrevistados.

“Mas a melhor entrevistadora mesmo é a minha mãe. Quando a gente se encontra, ela fica me perguntando sobre tudo, sem parar!”, completa Charlie.

Para ele, o que um entrevistador mais precisa ter é curiosidade. Ele entende que, quando queremos saber tudo sobre todos os assuntos, conseguimos fazer perguntas melhores. “É assim que fazemos o entrevistado brilhar. Mas não mais que eu, afinal, sou a estrela do programa”, pondera.

Aliás, entrevistar um entrevistador assim tão importante e talentoso dá até frio na barriga, tamanha a responsabilidade —afinal, será que minha entrevista vai ser tão boa quanto são as entrevistas dele?

Mas Charlie me tranquiliza na conversa, porque parece que eu sei fazer direito. E, caso ainda reste alguma dúvida, ele recomenda que eu assista ao seu programa, para aprender ainda mais.

“Repare no meu método. Temos que ser rápidos e saber rebater as respostas, como num jogo de pingue-pongue. E tudo com muito humor! Sem humor, nada funciona. O que seria da vida sem umas boas risadas?”.


CHARLIE, O ENTREVISTADOR DE COISAS

De seg. a sex., no ‘Quintal da Cultura’, às 7h45, com reapresentação às 14h. Estreia segunda (5), na TV Cultura. Ideia original: Marcela Catunda. Direção: Celia Catunda e Kiko Mistrorigo. Canções originais: André Abujamra e Marcio Nigro, em parceria com Marcela Catunda.

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