Crianças dizem o que é preciso para ser 'O Pai Mais Legal do Mundo'

Desejo mais comum é que pai seja presente e dê carinho e atenção

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São Paulo

Neste domingo (8), é celebrado o Dia dos Pais no Brasil, e a Folhinha conversou com várias crianças para descobrir o que um pai precisa ter para poder ser chamado de “O Pai Mais Legal do Mundo”.

Aprendemos, principalmente, que só existir como pai não vale —é preciso ser um pai de verdade, todos os dias. Mais ou menos como o que acontece com a gente na escola: para ser um bom aluno, não adianta só ir até o colégio e não fazer nada, é preciso estar na sala de aula e participar das coisas.

O pai mais legal do mundo
Para ser 'O Pai Mais Legal do Mundo', é preciso gostar de cachorro e de lasanha, trabalhar bastante, levar à praça para comer pipoca, e usar roupa de trabalho com camiseta preta e branca - Ilustração Luciano Veronezi / @luciano.veronezi

Quase todos os leitores que a Folhinha entrevistou falaram sobre o quanto é importante “estar perto”, como define Aninha, 11 anos, moradora de Brasília. Para ela, o pai ideal precisa ser amoroso e demonstrar que tem orgulho da filha.

Heloisa, 9, que mora em Jales, no interior de São Paulo, concorda. “O pai ideal tem que dar muito amor, carinho e muita atenção. Pra mim, pai é questão de amor”, resume. Seu irmão Davi, que tem 11 anos, também entende que a presença é o mais importante de tudo. “Tem que sempre ajudar seu filho, ensinar cada dia mais”, diz.

Rafael, 11, mora em Botucatu, também no interior paulista, e pensa parecido. “Um pai tem que ser carinhoso, legal, amar sua família, amar seu filho, jogar bola com ele e essas coisas assim, sabe?”, responde.

Além de demonstrar estes sentimentos positivos e estar presente, os entrevistados também exigem responsabilidade de quem quer ser pai mesmo —parece que, sem isso, não se chega nem perto do cargo de “O Pai Mais Legal do Mundo”.

Wendell, 11, mora em Teofilândia, na Bahia, e lista o que espera de um pai: “Tem que ter amor pelos seus filhos, ser amoroso, ser responsável e cumprir seus deveres”.

Os irmãos Heloisa e Davi também falaram sobre este aspecto. “Tem que ter responsabilidade e dar tudo de si pra sustentar a família. Meu pai quer que a gente arrume emprego e sustente a nossa próxima família, e que seja igual a ele e melhor ainda”, fala Davi.

“Meu pai trabalha muito pra manter a nossa família de pé”, completa Heloisa.

Lá de Brasília, Aninha dá ainda mais algumas orientações: “O pai ideal é aquele que não troca cuidar da filha pra ir no bar, nem aumenta o tom de voz e fica estressado quando a filha dá sua opinião sobre política. Ele não a julga se ela quer ter sete profissões. É aquele que é bom em todas as matérias e tem prazer em ensinar sua filha”.

Ela ainda faz mais uma exigência muito importante. “O pai ideal é o tipo de pai que faz cócegas e que não ronque”, reivindica.

De São Paulo, Carolina, 6 anos, aconselha que um pai dê carinho e faça mais algumas coisas que ela acha indispensáveis. “Tem que agradar a pessoa, a filha. Amar a filha. Tem que ensinar a gente a aprender as coisas. Meu pai me ensinou a andar de bicicleta sem rodinha, eu fiquei com medo, mas depois eu me soltei”, lembra.

Para o paulista Felipe, 9, um pai bom é um pai que o apoie. “O pai ideal gosta de futebol, faz comidinha boa, me cuida bem, me leva pra lugares legais, me cuida de um jeitinho bem legal”, explica.

Bernardo tem 5 anos, também mora na capital paulista, e acha que, para alguém ser o melhor pai do mundo, é preciso ter o melhor filho do mundo. “Também tem que brincar muito com o cachorro e com o filho, tem que gostar muito de cachorro”, acrescenta.

“Tem que gostar muito de lasanha, igual a mim. O pai melhor do mundo gosta muito de lutar judô e de nadar e ver os peixes.”

Luisa, 5, é de Tatuí, no interior paulista. Ela explica como, para ela, deve ser a aparência do pai ideal. “Tem que usar roupa de trabalho, shorts e calça. Usar camiseta branca e preta. E o cabelo marrom penteado —e bagunçado!”, fala.

De Avaré, também em São Paulo, a Luiza, de 4 anos, precisa que “O Pai Mais Legal do Mundo” tenha uma boa lista de programas para fazer com os filhos. “Tem que levar na padaria, pra tomar sorvete, ir na praça comer pipoca, na vovó, me levar na escola, na fazenda...”, enumera.

Para o paulista Gael, 5, a única coisa fundamental é “ser DJ e tocar discos”.

O escritor Ilan Brenman, autor de títulos como “Até as Princesas Soltam Pum” (editora Moderna), tem vários livros em que um pai aparece entre os personagens -e os pais criados por Ilan parecem sempre muito legais.

Ele conta como acha que “O Pai Mais Legal do Mundo” poderia ser. “É um pai que está presente, um pai que escuta, um pai que fala, é um pai que põe ordem, é um pai que bagunça, um pai que sabe a hora de dar bronca, sabe a hora do carinho. É um pai parceiro”, opina.

O escritor diz que os personagens pais dos seus livros misturam bastante do que ele foi e é na vida real para as suas duas filhas, junto com o que ele viveu com o pai dele e também do que observou dos pais que conheceu ao longo da vida.

Mas Ilan não só sabe que é difícil que alguém consiga ter absolutamente todas as características de “O Pai Mais Legal do Mundo”, como também entende que diversas famílias não têm a sorte nem mesmo de contar com um pai presente.

E, para casos assim, ele tem uma dica. “Existem grandes figuras paternas no mundo, e, se você não tem um pai por perto, você pode encontrar essa figura paterna em um avô bacana, numa avó, num tio, num professor, em pessoas que têm essas características”, sugere.

“É só prestar atenção que, às vezes, esta figura do pai está mais próxima da nossa vida do que a gente imagina.”

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