'Me senti motivado', diz menino skatista ao ver o esporte nas Olimpíadas

Crianças dão dicas para quem está começando a praticar agora

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São Paulo

Alice tem só um ano e meio e ainda não sabe muito bem quem é Rayssa Leal, a menina de 13 anos que ganhou medalha de prata nas Olimpíadas de Tóquio. Mas, assim como a grande campeã brasileira fazia quando pequena, a neném também tem uma roupa toda especial para usar quando sobe no skate: enquanto Rayssa se veste de fada, Alice usa saia de bailarina, e touca e luva preta de roqueira.

Alice, um ano e meio, gosta de brincar de skate
Alice, um ano e meio, gosta de brincar de skate vestida de bailarina - Arquivo Pessoal

Ela ainda não sabe falar, então quem conta tudo é sua mãe, Luiza Moraes. Elas moram em Jundiaí, no interior de São Paulo, e desde quando tinha dez meses de idade, Alice já ficava de pé no skate com a ajuda de um adulto. “Ela já mostra interesse pelo skate do pai”, diz Luiza.

A família da Alice foi uma das que participaram de uma enquete que a Folha publicou há pouco mais de uma semana, perguntando aos leitores se seus filhos se interessavam por skate.

Quem também respondeu foi Wellington Silva, pai do Fred. No texto que mandou para o jornal, ele contava que o filho passou a se interessar por skate no começo da pandemia. Já que não podia ir à escola, encontrar amigos ou jogar futebol, Fred improvisava brincadeiras na garagem do seu prédio, no Rio de Janeiro.

“Pediu um Skate de presente e começou a praticar. Quando percebi o interesse, procurei um professor para que pudesse aprender a técnica e diminuir as quedas”, escreveu Wellington.

Por falar em quedas, Fred, 11 anos, passa algumas dicas para aqueles que têm vontade de andar de skate, mas também têm medo de se machucar.

“Tem que usar o equipamento, porque, usando, você não tem mais chance de cair e ralar o joelho. Mas cair, você vai cair, tentando uma manobra ou outra. Isso é do skate. É muito difícil você estar começando e não cair”, ensina.

O carioca Fred, que começou a andar de skate na pandemia - Arquivo Pessoal

Fred faz aulas toda semana e vai a uma pista de skate no Aterro do Flamengo. Com o sucesso dos atletas brasileiros nas Olimpíadas, ele ficou ainda mais animado.

“Me senti muito feliz, porque skate nas Olimpíadas já é uma coisa muito boa, porque tira essa imagem desses preconceitos que tem com skatista, com a cultura do skate, e eu fiquei mais feliz ainda porque me senti motivado pra ir pras Olimpíadas, ganhar medalha.”

Para ele, a parte mais legal de ser skatista é aprender novas coisas. “Quando você tá tentando uma manobra, você cai, você rala, você se sente desafiado e se sente mais motivado ainda pra conseguir essa manobra. E, quando você consegue essa manobra, você sente um prazer e orgulho de você mesmo por tentar, tentar e conseguir.”

Maysa Crowder é mãe do Otto, de 8 anos, e também participou da enquete. Ela contou que o filho encontrou no skate mais que um esporte, um estilo de vida —e que isso transformou a vida da família.

Menino faz manobra em pista de skate
Otto, 8 anos, gosta de dar aéreo no skate - Arquivo Pessoal

“A melhor parte de ser skatista é fazer amizade e brincar muito e dar aéreo”, acha Otto, que começou a praticar aos quatro anos, no Parque do Ibirapuera. Ele concorda com Fred sobre a importância de usar equipamentos de proteção sempre.

“E eu falaria, pra quem tá começando e tem medo de se machucar, que nunca desista do seu sonho”, completa.

Otto ficou muito feliz quando Rayssa ganhou a medalha. “Fiquei impressionado que ela ganhou, ela tem 13 anos, só! E também me deu uma motivação, que eu quero andar igual ela, agora.”

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