É bem possível que, na sua televisão, algumas cenas tenham se repetido durante a última semana: nelas, apareciam jovens estudando em casa, jovens chegando a prédios já cheios de outros jovens na frente, jovens correndo com mochilas nas costas, jovens apressados passando por portões bem grandes .
Tudo isso aconteceu —e acontece todos os anos— por causa de uma prova de dois dias chamada Enem, que é a sigla para Exame Nacional do Ensino Médio. "É difícil explicar o Enem, é uma coisa muito grande e complicada", adianta Jean Carlos do Nascimento, 17 anos, de Fortaleza.
"Mas eu tenho uma comparação: sabe essas portas que você tem na sua casa? Você as usa para entrar em algum lugar, como na sala, no quarto. Pois o Enem é como uma porta que você usa para entrar na faculdade", resume.
E aqui é importante lembrar o caminho que todo mundo precisa fazer em sua vida escolar: ensino fundamental, ensino médio e, depois, se possível, fazer uma faculdade ou um curso técnico para aprender uma profissão.
O professor Tiago Fuoco, 35, que dá aulas de geografia no Colégio São Domingos, em São Paulo, também ajuda a explicar. "O Enem nasceu em 1998 e em 2009 ganha essa estratégia de seleção para as universidades. Foi uma baita sacada. Porque a prova de um jovem de Salvador pode servir para ingressar numa faculdade de Santa Catarina."
Tiago também conta que o Enem não é obrigatório, mas que grande parte dos jovens escolhe participar dele por conta da sua importância. Para se inscrever, inclusive, é preciso pagar uma taxa.
"Com certeza a prova do Enem é bem mais difícil do que as que a gente tem no colégio", compara Marcelo Nascimento, 17. "São 90 questões para fazer em cinco horas, e você tem toda aquela pressão de que pode estar definindo seu futuro com aquela prova."
Para ele, a preparação também foi puxada. "Você fica o ano inteiro esperando pra chegar o dia da prova, então fica com aquela ansiedade", lembra. Marcelo organizou uma rotina de estudos poderosa, que contou com reforço dos professores e a ajuda dos colegas.
O professor Tiago ajuda a tranquilizar quem já estiver se preocupando só de ler este texto. "Precisa estudar muito, mas não só pra prova. E não é decorando coisas, mas lendo e interpretando o mundo."
Jean Carlos também manda um recado aos leitores da Folhinha, que devem estar ainda um pouco distantes da sua vez no Enem. "Sugiro que todos estudem, mas pensem no Enem agora. Só mantenham o hábito de estudar até que ele finalmente chegue."
TODO MUNDO LÊ JUNTO
Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança
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