Já parou para pensar que, às vezes, o seu dia está todo planejado para acontecer de um jeito, mas no fim das contas acaba acontecendo de outro? Se você encontra um amigo inesperado e decide ir tomar um sorvete com ele, se acaba a luz em casa e não dá para ver TV, se a vovó aparece de surpresa para jantar.
"O Dia se Desdobra" (Edições Barbatana, R$ 56, 56 pág.) é um livrinho que, assim como seu nome diz, fala sobre como as coisas podem se desdobrar em outras, seja a nossa rotina, seja o nosso sentimento, sejam as nossas memórias.
A gente chama de "livrinho" porque ele é realmente um livro pequenininho, que cabe na palma da mão.
E o que ele tem de mais inovador é o seu formato, que é como o das dobraduras que vão se abrindo e virando novas coisas, se fechando e voltando a ser o que já foram.
Este livrinho pode ser lido de diversas maneiras, justamente por causa das dobraduras. A princípio, parece que são só duas opções, uma do lado de páginas brancas e a outra do lado das páginas cor-de-rosa.
Mas, quando o leitor percebe os recortes que as páginas também trazem, um novo mundo se abre, e dá para seguir pela história emendando rosa no branco, voltando, indo pra frente, uma loucura!
Aliás, a história: "O Dia se Desdobra" segue o dia de uma menina (ou seriam duas?) e sua cachorra (ou seriam cachorras?). A menina se veste, se despe, vai ao banheiro, deita para dormir, acorda, levanta.
A autora do livro, Juliana Storto, conta que nem mesmo ela sabe se a menina dos desenhos é ela mesma, ou se é a sua filha Madá, ou se é sua filha Jojô, se a cachorra é a que mora com ela e as meninas hoje em dia, ou se é aquela de quando Juliana era criança.
É um livro que convida o leitor a montar sua própria história, e tirar dela as suas conclusões.
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