Colecionadores mirins já se preparam para álbum da Copa

Versão do Qatar chega às bancas e exige pelo menos R$ 536 de investimento

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São Paulo

O que é o que é: aparece a cada quatro anos e tem a ver com futebol? Se pensou em Copa do Mundo, está certo. Mas a competição não chega sozinha, junto vem também o álbum de figurinhas da Copa, que pode render tanta ansiedade quanto o torneio no Qatar.

Para Gustavo Bassetti, 14, esse é um momento aguardado. "É muito satisfatório abrir os pacotinhos, achar o Neymar, o Cristiano Ronaldo, e disputar com os amigos para ver quem completa primeiro. São coisas que ficam na memória."

Gustavo Bassetti, 14, vai para o seu terceiro álbum de Copas com a nova edição
Gustavo Bassetti, 14, vai para o seu terceiro álbum de Copas com a nova edição - Gabriel Cabral/Folhapress

Ele é um entusiasta e praticamente um veterano. O álbum da Copa de 2022, lançado na quinta (18), será o terceiro do gênero que vai colecionar. Também teve outros, como o álbum dos Minions (turminha que ficou famosa na animação "Meu Malvado Favorito" e já ganhou dois filmes próprios) e o do centenário do Palmeiras, clube de coração de Gustavo.

"Esse ano eu também pretendo colecionar o álbum da Copa, já que é uma coisa que só acontece de quatro em quatro anos. É muito legal trocar figurinhas. Vou precisar trocar, já que vai ser caro [completar a coleção]", analisa Gustavo, que deve recorrer aos amigos da escola, os da vizinhança e os que moram perto dos avós para as trocas.

Em relação ao último Mundial, disputado em 2018 na Rússia, os pacotinhos com 5 figurinhas dobraram de preço —subiram para R$ 4, ou seja, R$ 0,80 por figurinha.

Pode não parecer muita coisa, mas, ao todo, são 670 cromos. Isso significa que o valor para completar o álbum seria de R$ 536 —isso se der para trocar todas as repetidas e não acumular nenhuma.

A editora Panini, responsável pela impressão, afirma que os valores estão estáveis há dois anos, e que os preços precisam seguir regras da Fifa para não serem diferentes em países da América Latina.

É a Fifa (Federação Internacional de Futebol) que realiza a Copa e é a dona dessa marca.
Mas e se você não quiser trocar figurinhas? Bem, aí o negócio fica ainda mais caro. A conta varia, mas alguns matemáticos dizem que seria necessário juntar em média 4.750 figurinhas para fechar o álbum, ou seja, gastar cerca de R$ 3.800 —lembrando que o valor pode ser menor ou maior, a depender da sorte ou do azar.

A parte boa é que as figurinhas metalizadas, 50 ao todo, não são mais difíceis e aparecem na mesma proporção das demais. Então, não deve ser um problema conseguir aquele escudo bonito da seleção de que você mais gosta.

E neste ano há um novo desafio: são 80 figurinhas extras, fora do álbum, com uma imagem em movimento. Elas aparecerão como um cromo a mais, com 6 figurinhas em vez de 5 no pacote.

Thiago Morassi, 10, gosta tanto de figurinhas de futebol que ele mesmo já virou uma. Quando jogava bola em uma escolinha, os alunos, distribuídos em times que levavam o nome de seleções ou clubes famosos, viraram itens colecionáveis.

Assim, Thiago já foi da França e da Chapecoense, e hoje guarda os álbuns em que ele mesmo está lá colado.

Depois de colecionar o álbum da Copa de 2014 com a ajuda do tio, e o da Copa de 2018, ele já está pensando em assaltar o cofrinho para investir na nova coleção com os jogadores que estarão no Qatar.
Felizmente, Thiago já sabe como preencher o álbum gastando o menos possível.

"Eu vou trocar figurinhas com meus amigos. Também dá para ir em bancas e em eventos para trocar com outras pessoas. Ganhei muitas figurinhas de pessoas que tinham repetidas", conta.

Em 2018, eram comuns eventos em diferentes pontos da cidade que reuniam pessoas que tentavam completar a coleção. E é fácil completar o álbum? "Demora um pouco, mas dá", diz Thiago.

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