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Família faz chá de revelação para papagaio Neco, que na verdade era uma fêmea

Comprada há 43 anos, ave era tida como macho pelos donos até que um exame indicou o engano

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São Paulo

Volta e meia alguém posta na internet imagens de um chá de revelação, aquele tipo de festa que as famílias organizam para contar aos pais e amigos se o bebê que está para chegar é um menino ou uma menina. Pois no Rio de Janeiro a família de Ilana Reznik, 37, viveu um chá de revelação um tanto diferente.

O bebê em questão não era assim tão bebê —para falar a verdade, nem uma pessoa ele era. O chá da Ilana foi para o papagaio Neco, uma ave que há 43 anos foi comprada em uma feira pelos avós dela e que todo mundo trata como se fosse um parente.

Dona Zulita Gotlib, 85, a neta Ilana Reznik (de vermelho), Juliana Meisler, Patrícia Reznik e a papagaia Neca
Dona Zulita Gotlib, 85, a neta Ilana Reznik (de vermelho), Juliana Meisler, Patrícia Reznik e a papagaia Neca - Eduardo Anizelli/Folhapress

O Neco mora e dorme em uma gaiola, adora comer maçã e banana, é apaixonado por espigas de milho, toma vitaminas e se refresca com banhos diários. E o Neco, na verdade, é Neca, desde que um veterinário descobriu que todo mundo estava enganado quando ao sexo do bichinho.

Foi a Ilana, neta da Zulita, a dona oficial do Neco-Neca, quem promoveu a reunião familiar em que o grande mistério foi revelado.

Tudo começou quando, em 2019, o papagaio ficou com uma ferida na cloaca e precisou de atendimento médico ---ele nunca tinha ido a um consultório antes, exceto para aparar as asas e as unhas. Ilana, então, chamou um especialista em aves para examinar o animal.

Chegando lá, o veterinário olhou para o Neco e disse "Que linda!". Dona Zulita achou um absurdo e bateu o pé, garantindo que se tratava de um macho, e que fazia mais de 40 anos que todo mundo lá na casa dela, em Copacabana, só tratava o papagaio como menino.

Ilana combinou com o médico que eles fariam um exame que conseguiria determinar com precisão o sexo do papagaio, mas que tudo teria que acontecer sem que sua avó soubesse. E, enquanto esperava pelo resultado, veio a ideia de fazer um chá de revelação para dividir a verdade com a família.

"Ele era fêmea, de fato", conta Ilana, que trabalha como celebrante de casamentos e batizados. "E eu mandei no grupo da família uma mensagem dizendo que o Nequinho da vovó era a Nequinha do vovô. Todo mundo achou muito engraçado."

Ilana diz que, mesmo com a novidade, nada mudou na rotina com a ave. "No fundo, todo mundo continua chamando ele de Neco", resume.

E não são só os humanos que se comunicam por lá —Neco, a papagaia, está sempre tagarelando para chamar a atenção dos parentes. "Fofinho da vovó" e "Dá qualquer coisa pro Neco" são algumas das frases que ela mais gosta de repetir.

"Ele também fala o nome da minha mãe, Patricia, e fala Elaina, que é uma mistura de Elaine, minha tia, com Ilana, eu. Acho isso engraçado porque Ilana é um nome que ninguém acerta, nem o papagaio, coitado", brinca Ilana.

"Ele ri e imita a risada das pessoas. Às vezes, a gente está rindo na cozinha e, daqui a pouco, ele ri junto. É muito fofo."

Outro passatempo favorito de Neco-Neca é cantar quando alguém bate palmas ou dança na sua frente. "As minhas sobrinhas de dois aninhos cantam igualzinho a ele, imitando. Elas são apaixonadas pelo Neco, pedem para ver vídeo dele falando todo dia", conta.

Ela lembra que, de tão apaixonadas que as meninas são, a mãe delas, irmã de Ilana, teve que comprar um papagaio de pelúcia para que as filhas brincassem.

"O engraçado é que elas chamam o papagaio de brinquedo de Neco, só que também é uma fêmea. Ela vem com um filhotinho que sai por baixo. E, por isso, a gente brinca que até o Neco de pelúcia é Neca."

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