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Ufólogo relembra 'A Noite Oficial dos Óvnis' e diz que objetos no céu dos EUA não eram discos voadores

Episódio em 1986 teve 21 objetos avistados por testemunhas em quatro estados brasileiros

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São Paulo

O que parecia ser apenas assunto de filmes entrou no noticiário na semana passada: óvnis no céu dos Estados Unidos e Canadá. Óvni é a sigla para "objeto voador não identificado", o que, por mais que se ache o contrário, não indica necessariamente uma nave extraterrestre. Em resumo: um disco voador é um óvni, mas nem todo óvni é um disco voador.

Embora não haja registros oficiais de que existe vida inteligente fora do planeta Terra, há muitas pessoas, no Brasil e no mundo, que se dedicam a estudar este assunto —são os chamados ufólogos. O paraense Alex Lauzid, 62 anos, é um deles.

O suposto balão chinês espião cai no oceano após ser atingido na costa da Carolina do Sul, nos EUA - Randall Hill - 4.fev.23/Reuters

Ele dá sua opinião sobre os óvnis interceptados pelos governos americano e canadense entre os dias 10 e 12 deste mês sobre os territórios do Alasca, Yukon e Michigan. Antes disso, no dia 4, um suposto balão chinês tinha sido abatido na Carolina do Sul.

"Estes objetos que foram derrubados não são discos voadores", diz Alex. "Eles podem ser drones espiões, por exemplo. Discos voadores não são assim."

O ufólogo estuda óvnis desde os 17 anos. Ele se formou em hotelaria na faculdade, é empresário, e em 2018 fundou uma associação que reúne pessoas de variadas profissões para conversar sobre o assunto, a Brazil UFO Network, com sede em Recife (PE).

Segundo Alex, um dos principais objetivos de sua organização é "desmistificar" os extraterrestres. "Tem muitos filmes que botam medo nas pessoas", acredita. Para ele, caso os ETs de fato existam, seriam seres que desejam o bem dos terráqueos.

"Eles já teriam nos dominado e destruído tudo se fosse o que quisessem. Mas essa destruição nós mesmos estamos fazendo com poluição e bombas, por exemplo", diz.

E, por que será que toda vez que aparece algo diferente no céu as pessoas pensam logo de cara em ETs? "É algo voando e sem uma identificação comum com um helicóptero ou avião. A maioria das pessoas que vê um satélite, por exemplo, já pensa que é algo de outro planeta", fala Alex.

"Os ufólogos estudam e pesquisam bastante. Comecei estudando a astronomia, tentando aprender o que está lá fora, o que há de planetas, estrelas. Dessa forma você começa a ter uma noção melhor do espaço e do que está disponível vindo de lá."

De acordo com Alex, a confusão mais comum é com asteroides e meteoros, que costumam ser vistos como discos voadores.

"As ocorrências ufológicas são raras, de 6.000 coisas no céu eu diria que só meia dúzia não tem uma explicação cabal", estima.

No Brasil, há um episódio intrigante chamado "A Noite Oficial dos Óvnis", acontecido em 19 de maio de 1986. Naquela noite, 21 objetos voadores não identificados foram avistados por dezenas de testemunhas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.

Alguns dos óvnis tinham até 100 metros de diâmetro —o raio é duas vezes a medida traçada do centro de um objeto até sua borda. Eles foram detectados por radares do Centro Integrado de Defesa Aérea e de Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), o que quer dizer que eram sólidos.

Em uma cidade do interior de São Paulo chamada Guaratinguetá, cerca de 2.000 militares, entre cadetes e oficiais, da Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), testemunharam o fenômeno, a olho nu (sem instrumentos) ou usando binóculo.

Quem viu os óvnis no céu disse que eles faziam zigue-zague, ficavam "estacionados", mudaram de cor e se mexiam muito rápido. Entre essas pessoas que testemunharam o episódio estão pilotos de cinco caças da Força Aérea Brasileira (FAB), que foram acionados pelo Centro de Operações da Defesa Aérea (CODA) para interceptar os objetos,

"Um brigadeiro falou que parecia uma grande brincadeira lá em cima", completa o ufólogo Alex, sobre um dos oficiais que participaram da operação.

Alex lembra também que, antes desse dia, também houve a Operação Prato, em 1977, quando a Força Aérea Brasileira (FAB) investigou óvnis que teriam aparecido no Pará.

"Pessoas disseram que estavam vendo luzes, e havia gente dizendo que as luzes estavam atacando pessoas. Havia muito pânico, e alguns chamavam o fenômeno de chupa-chupa. Durante quatro meses, foi tudo estudado pelos militares, e hoje essas informações se encontram no Arquivo Nacional [órgão público que guarda documentos oficiais]", conta Alex.

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Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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