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04/12/2010 - 08h03

Poemas infantis de Henriqueta Lisboa são musicados e viram CD com 14 canções

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GABRIELA ROMEU
EDITORA-ASSISTENTE DA FOLHINHA

Divulgação
Capa de CD "Trá-Lá-Lá-Lá-Li Trá-Lá-Lá-Lá-Lá"
Ilustração de Nelson Cruz para o CD "Trá-Lá-Lá-Lá-Li"

Imagine como era a vida das crianças lá no início do século 20, há uns cem anos? Foi quando viveu a poeta Henriqueta Lisboa (1901-1985), que deixou pistas de como era seu tempo de menina na cidade de Lambari (MG) no livro "O Menino Poeta".

Versos sobre rios que nunca se cansam de "andar", carneirinhos de calça e blusa que vão à escola, segredo que andorinha escutou (e não guardou) foram lidos por várias outras gerações, inclusive a dos músicos Wagner Cosse e Thelmo Lins.

Agora, são eles os "meninos poetas" que transformaram poemas em música. O CD "Trá-Lá-Lá-Lá-Li Trá-Lá-Lá-Lá-Lá - Poemas Musicados de Henriqueta Lisboa" traz 14 canções, embaladas por hip hop, baião e jazz, entre outros ritmos.

Ouça abaixo a música "O Menino Poeta" e confira bate-papo com os músicos mineiros.

Ouça

Como definiriam a poeta Henriqueta Lisboa para as crianças?
Wagner Cosse - Henriqueta é uma poeta que, acima de tudo, respeita a inteligência e a sensibilidade das crianças. Seu verso nunca é banal ou infantilizado. Pelo contrário, é rico, fluido, cristalino, encantando, melodioso, repleto de lirismo, densidade, contundência e magia. Por isso, sua palavra vai direto ao coração das crianças de todas as idades, toca a corda mais sensível da alma e liberta as emoções. Sua poética "infantil" não é moralista ou pedagógica.

A partir de seus poemas como podemos imaginar como foi a infância dela?
Wagner Cosse - Ela me parece ter sido uma criança atenta aos movimentos à sua volta. Vários dos personagens retratados nos poemas do livro "O Menino Poeta", por exemplo, são membros de sua família, o que demonstra que era observadora, inteligente, sensível e analítica. Parece também ter sido uma criança que gostava do silêncio, do recolhimento, da defesa de um mundo interior mágico e sensorial. Sua tradução poética da natureza, dando voz aos elementos, denota essa condição. Penso que era muito imaginativa e, às vezes, dada a traquinagens, mas vivendo em um universo de disciplina e respeito pelos valores familiares.

Como funciona o processo de musicar poemas? Quais são os desafios?
Thelmo Lins - Em "Trá-Lá-Lá-Lá-Li...", resolvemos trabalhar somente com compositores mineiros. Buscamos também variados estilos musicais, para deixar o projeto com temperos diversos. O maior desafio é fazer com que o poema seja valorizado pela música ou que, pelo menos, a música não tire a força e a magia do texto poético. E, sinceramente, acho que todos esses compositores foram bem sucedidos. Por fim, há o desafio do intérprete, de repassar para o ouvinte toda essa emoção.

Divulgação
Capa de CD "Trá-Lá-Lá-Lá-Li Trá-Lá-Lá-Lá-Lá"
Capa de CD com poemas de Henriqueta Lisboa

Tiveram uma infância do tipo "O Menino Poeta"? Como foi?
Wagner Cosse - Tive uma infância rica em encantamento, amor, música e poesia. Sou de uma época em que as crianças eram alfabetizadas com poesia e textos de grandes autores brasileiros. Fui também um menino muito travesso, cheio de energia e certa irreverência. Mas sempre gostei do silêncio, do recolhimento, da reflexão. Talvez seja esse o motivo de minha imediata identificação com "O Menino Poeta" e com a poesia de Henriqueta Lisboa, Cecília Meirelles, Olavo Bilac e até Rabindranath Tagore, de quem li, aos nove anos, um belíssimo poema sobre a morte que me deixou encantado.

ONDE ENCONTRAR O CD
www.gvianna.com.br
www.quae.com.br

 

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