São Paulo, sábado, 1 de fevereiro de 2003

VOLTA ÀS AULAS

Diversidade na escola
Moacyr Lopes Jr/Folha Imagem
Alunos ensaiam para a festa alemã do colégio Benjamin Constant, na zona sul de São Paulo



KATIA CALSAVARA
DA REDAÇÃO

Eles bateram o martelo. A partir deste ano, todas as escolas, públicas e particulares, devem ensinar a cultura e história afro-brasileiras nas aulas. Isso agora é lei (número 10.639) e foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 10 de janeiro.
Alguns de vocês devem se perguntar: "Mas já não aprendi sobre os negros na escola?" Sim, a maioria das escolas fala sobre os escravos, os quilombos, a capoeira. E o que vem antes disso?
Alunos de algumas escolas já pesquisam as tradições afro-brasileiras. A professora Maria Cecília Silva, da escola estadual Marechal Espiridião Rosas, em São Paulo, criou um jeito diferente de ensinar a cultura africana.
A partir do desenho "Kiriku e a Feiticeira", que fala de um pequeno guerreiro negro, ela fez os alunos pensarem sobre a falta de heróis negros. Quando pediu que os alunos desenhassem seus heróis, todos os personagens sairam brancos. "Eu era racista e agora adoro negros", diz Michele Mangueira, 10.

Contos africanos
Em Salvador (BA), os alunos da escola municipal Eugênia Anna dos Santos, que fica dentro do terreiro Ilé Axé Opô Afonjá, aprendem a língua iorubá - falada na Nigéria, em Benin e em Togo, na África. "Eu adoro estudar iorubá e conhecer as lendas e contos africanos", diz Marcos Henrique Santos, 9, da 3ª série.
Na escola Professor Luiz Gonzaga Riguini, em São Paulo, as alunas fizeram bonecos e peça de teatro para discutir preconceito e cultura. "Nossa professora sempre indica poesia e textos de autores negros", diz Carla Dantas, 13. Na Escola Viva, na zona sul de São Paulo, os alunos lêem sobre a cultura africana. "Gosto das pesquisas que fazemos na aula", diz Rafael Vegas, 12.
Nas escolas, diferentes culturas são estudadas, mas nem sempre dá tempo de falar sobre todas elas. Italianos, espanhóis, alemães, indígenas. Saiba o que as crianças aprendem sobre a história deles aqui.

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