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São Paulo, sábado, 2 de outubro de 2004

Objetos feitos pelos pais são únicos e especiais

FREE-LANCE PARA A FOLHINHA

Sabe a oficina de brinquedos do Papai Noel? É mais ou menos assim a casa das irmãs Giulia, 8, e Camila Vianna Rorato, 10, que moram em Cotia (a 33 quilômetros de SP).
Lá, pedaços de madeira já viraram berço, cadeirão e cama para bonecas. A Polly tem uma casa de dois andares, com móveis e elevador. No jardim da família, um sobradinho de madeira é o playground de Giulia e Camila. Tudo construído, peça por peça, pelos pais das meninas.
"Construir brinquedos com os filhos é a melhor forma de ensinar", diz a mãe, Cristina Azevedo Vianna. E a brincadeira de construir foi tamanha que ela decidiu montar uma oficina de brinquedos de madeira.
Camila e Giulia também participam da brincadeira de construir. Com martelos para crianças, as meninas passam horas fazendo brinquedos no ateliê de marcenaria da mãe. "Já fiz até um parque de diversões para a Polly", conta Camila.
No baú de brinquedos de Fernanda da Rosa Nogueira, 6, há também bonecas costuradas por sua mãe. Fernanda tem diversas Barbies, mas, na hora de dormir, são os bonecos de pano que ela gosta de levar para a cama. A boneca preferida de Fernanda é uma "com as pernas tortinhas", confeccionada pela mãe. "O cabelo amarelo dela fui eu que escolhi", explica Fernanda.
Quando vai brincar, a menina reúne os brinquedos comprados nas lojas. "Os feitos por mim são para outros momentos. Ela pega as bonecas de pano quando está triste. É uma relação de carinho", diz a mãe, Ana Lúcia Oliveira da Rosa, que aprendeu a fazer bonecas neste ano.
A pesquisadora Tizuko Morchida Kishimoto, do Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos, da Universidade de São Paulo, diz que é legal os pais serem "os artesãos do passado". "A compra indiscriminada do brinquedo não é válida. Brincar é compartilhar", explica.

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