|
|||
CENTRO-OESTE Sacolinha de brincadeiras
Em Pirenópolis, a rua vira quintal, e a roda da diversão se esparrama icomo batatinha quando nasce
PATRÍCIA TRUDES DA VEIGA ENVIADA ESPECIAL A PIRENÓPOLIS (GO) Todo domingo tem brincadeira na Vila Mutirão, na periferia de Pirenópolis, em Goiás. E não é só criança que brinca lá, não. Tem gente de tudo quanto é idade. São seis "mestres" que ensinam as crianças a brincar. É da memória dessas mães, avós e bisavós que surgem as brincadeiras que vão parar na sacolinha do grupo Flor de Pequi. Daí são de todo mundo e não tem mais jeito: quem sabe ensina; quem não sabe aprende. Já são mais de cem brincadeiras. É brincadeira, vai para a sacolinha! E, quando o sol dá um descanso, às 16h, elas colocam na cintura o cinto de fuxicos e saem pelas ruas tocando caixa e reunindo quem quiser brincar. Em qualquer lugar, até no meio da rua. No dia em que a Folhinha entrou nessa roda, foram 18 crianças e 13 adultos que, até o sol se pôr, divertiram-se e riram por duas horas. A primeira brincadeira que saiu da sacolinha foi "Venha Peneirar", cantiga das quebradeiras de coco que viajou lá do Maranhão. Depois veio "Elefante ou Girafa", e Marcos Paulo, 9, fez tromba de verdade porque queriam que ele fizesse uma tromba de elefante. Aí saiu da sacolinha a divertida "Jacaré Coiô", e a roda virou uma serpente ziguezagueando com todos remexendo o quadril para imitar um jacaré sem rabo. Na "Bambico Bambuê", os irmãos Carlos, 10, e Ralf de Souza, 11, fizeram a dancinha dos pés e rebolaram à beça. Daí veio mais uma, mais outra. E foram 18! Depois de a roda girar sem parar e se esparramar pela rua que nem batatinha quando nasce, a noite caiu, e a criançada foi-se embora. Assim é o Flor de Pequi. Toda semana, horas e horas batendo caixa com a meninada e quem mais aparecer, inventando, trocando. E brincando, brincando muito, até todo mundo cansar. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online. |