Crianças
São Paulo, sábado, 4 de agosto de 2001

Tiroteio mata as aulas

Os irmãos Luis Felipe, 9, e Luis Fernando de Lima, 10, não estudam na mesma escola, mas descem e sobem o morro juntos quando o destino é a sala de aula. Como Maria do Socorro, eles acham que o trajeto ao colégio é fácil. O complicado é a volta para casa. "A gente cansa, dá uma parada e começa a subir de novo", diz Luis Fernando.
Os esquecidos, porém, precisam suar mesmo na ida à escola. Socorro nem sabe quantas vezes precisou retornar do meio do caminho para pegar algum livro. "Tive que subir os degraus de novo", diz, falando que é preciso fôlego.
Que o diga José Oliveira, 10, que mora no pico do morro. Do asfalto até a casa dele, são mais de 800 metros de altura. "Dá uma canseira", diz José.
Mas há situações mais difíceis para os estudantes do Dona Marta, que, como outros morros do Rio, concentra pontos de venda de drogas. Em dia de tiroteio entre a polícia e os traficantes, ninguém vai à escola. É perigoso ser ferido por balas perdidas. (KR)

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