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Fim do esconde-esconde
WILLIAN VIEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A campainha toca, e adivinha quem está do outro lado da porta? É o boletim, uma visita bem indesejada para algumas crianças. A partir deste mês, o boletim será enviado pelo correio para as casas dos alunos das escolas estaduais de São Paulo. E os pais ainda poderão ver as notas na internet. Rutennya Rocha, 10, já sabia disso. "Minha mãe nunca tem tempo de buscar o boletim. Vou ensiná-la a vê-lo na internet", conta. Já Mayara Costa, 11, ouviu a novidade do repórter da Folhinha. "Vou ficar de castigo, sem videogame nem computador", disse. Mas ela tem um plano. "Vou acordar cedo, dar comida para o cachorro e preparar o café da manhã. Assim minha mãe acorda feliz e não puxa minha orelha." Luka Fraga de Oliveira, 9, diz que não sabe se suas notas virão boas ou ruins, mas que ficar ansioso enquanto espera não irá alterá-las. "Desejo que venham notas boas." E se vier alguma ruim? "Aí vou estudar mais! O boletim serve pra gente saber se está estudando o tanto que precisa." Para Johana Loureiro Silva, 11, que sempre tira boas notas, essa entrega em domicílio é um estímulo para quem estuda menos se aplicar mais. "Já quem estuda muito vai poder mostrar." E quem continua recebendo o boletim na escola para entregá-lo aos pais pode sentir aquela vontade de dar um sumiço nele se as notas estiverem ruins. "Mas esconder é pior porque aí não posso recuperar as notas depois", diz Beatriz Santos Pereira, 7. E ela sabe bem do que está falando. No ano passado, o boletim dela veio com uma nota vermelha. "Minha mãe viu e ficou muito brava", lembra. O psicólogo Yves de La Taille, professor da USP (Universidade de São Paulo), dá uma dica para enfrentar o dia do boletim. "O melhor é conversar com os pais já durante as férias e pedir ajuda se o resultado vier ruim. Assim, quando o boletim chegar, não haverá surpresa." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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