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São Paulo, sábado, 5 de fevereiro de 2005

LITERATURA

História do Pequeno Polegar faz pensar sobre certo e errado

"O Pequeno Polegar"

LUCIANA ARAUJO
DA REDAÇÃO

Em tempos em que no reino da ficção a última família em apuros é a dos Incríveis e o ogro de que se tem notícia é o simpático Shrek, "O Pequeno Polegar" (Companhia das Letrinhas, R$ 27), do escritor francês Charles Perrault, com ilustrações de Clotilde Perrin, pode causar um certo espanto e também fazer pensar sobre as lições de certo e errado, sobre bonzinhos e malvados.
Nessa história, registrada pela primeira vez em 1691, um casal de lenhadores muito pobres decide abandonar seus filhos em uma floresta escura para não vê-los morrer de fome em casa.
Entre os sete meninos, o caçulinha é o mais fraquinho. Chamado de Pequeno Polegar, pois quando nasceu tinha o tamanho de um dedo, é o saco de pancadas da família.
No entanto, quando as crianças estão perdidas na floresta, é o pequeno que se torna grande e encontra uma saída inteligente para salvar os irmãos.
Eles até conseguem voltar para casa, mas seus pais se desfazem deles novamente -e aí a coisa complica.
A certa altura do conto, os garotos vão parar na casa de um ogro que mora com a mulher e as filhas, mas tem o hábito terrível de comer criancinhas. Lá, o Pequeno Polegar consegue se livrar das garras do monstro de um modo que não deixa de ser bastante cruel (e que não se conta aqui para não estragar a surpresa).
Moral da história à parte, clássicos sempre deixam perguntas. Aqui vai uma: por que o herói é herói mesmo quando usa as mesmas armas do vilão? E aí o pequeno leitor pode encontrar uma grande resposta. Não aquela que está no livro, mas a que o livro despertou durante a leitura.

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