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De mãos dadas
Para muitos, não basta torcer pelo time do coração: é preciso ficar coladinho ao ídolo
Danilo Verpa/Folha Imagem
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Os irmãos Raissa e Iccaro com o jogador Boquita
EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS
ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Era uma noite chuvosa
de sábado, e o Corinthians iria enfrentar o
Náutico no Campeonato
Brasileiro. A partida não valia muito para o time paulista, mas seria inesquecível
para 22 crianças.
Elas também entrariam
no gramado, não para correr atrás da bola, driblar e
chutar a gol, mas para
acompanhar seus ídolos.
Meninos e meninas que
vão até o campo com os jogadores são chamados de
mascotes. O termo define
também personagens que
simbolizam as agremiações.
"Vou entrar linda. E com o
Ronaldo", afirmou Gabriella Castro, 5. Ela contou que
torce para o Corinthians
por influência do pai. "Ele
nasceu corintiano", disse.
Já os pais dos mascotes
Raissa, 9, e Iccaro, 7, torcem
para clubes rivais: o músico
Iggor Cavalera, 39, da banda
Sepultura, é palmeirense, e
a empresária Monika Cavalera, 41, se diz corintiana.
Divididos
"Sou um pouco palmeirense, mas, quando vou ao
jogo do Corinthians, sou
mais corintiana", diz Raissa.
Iccaro se mostra mais decidido: "Sou um pouquinho
palmeirense [aproxima o
polegar do indicador, deixando um espacinho entre
os dois dedos] e um tantão
corintiano [distancia uma
mão da outra, como se fosse
abraçar o mundo]".
As primas Isabella Nascimento, 9, e Giovanna Souza,
8, foram produzidas ao estádio do Palmeiras: com trancinhas pintadas de verde e
muito "glitter" no rosto.
Gustavo Cardoso, 9, soube por um amigo como fazer
para acompanhar o ídolo.
Enquanto esperava na fila,
revelou que estava segurando o choro. "Se eu chorar,
vou pagar o maior mico
aqui." Quando voltou do
campo, não se conteve.
"Abracei o Vágner Love e
pedi para ele fazer um gol
pra mim. Ele disse que iria
fazer o gol e imitar uma metralhadora na comemoração", contou, aos prantos.
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