São Paulo, sábado, 6 de fevereiro de 2010

HQgráfico




Menino travesso

Já pensou? Desde o nascimento da vovó - ou da bisa - não chovia tanto assim na cidade de São Paulo
Janeiro de 2010 entra para a história como o mês mais chuvoso em 77 anos, segundo pesquisa da USP (Universidade de São Paulo). Mas agora não é o aquecimento global que está aprontando mais uma das suas.
Entrou em campo um certo... menino travesso. É um fenômeno natural chamado El Niño (fala-se "el ninho", que é como se diz "o menino", em espanhol) e que pode associar-se a outros fatores.
O menino é travesso, mas não tem nada a ver com o Saci-Pererê, como imaginou a Zá. O Zé também exagerou ao jogar toda esta chuva, ou a falta dela, na conta do aquecimento. Por isso os dois amigos chutaram "pra fooora" - erraram mesmo.
El Niño começou a ser sentido por pescadores no oeste da América do Sul (veja ao lado). Eles perceberam a diminuição da pesca quando as temperaturas ficavam mais altas no mar normalmente no fim do ano. Daí a denominação "o menino" relacionada ao Menino Jesus e ao Natal.
Essa alteração na distribuição da temperatura na superfície do oceano Pacífico dura entre 12 e 18 meses e ocorre, em média, em períodos de três a sete anos. Na ocorrência do El Niño, mudam a força e a direção dos ventos no meio do oceano Pacífico. Menos águas profundas e frias vêm à superfície, onde se acumula água mais quente.
El Niño altera o clima do Pacífico Equatorial, produzindo chuvas excepcionais em áreas da América do Sul e secas na Indonésia e na Austrália. Mas seus impactos são globais devido ao deslocamento das massas de ar quentes e úmidas. No Brasil, aumentam as temperaturas e as chuvas nas regiões Sul e Sudeste, enquanto o Norte e o Nordeste encaram as secas.

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