| São Paulo, sábado, 6 de junho de 2009 |
Alunos da escola de São Paulo fazem festa junina para levar água ao sertão do Piauí
GABRIELA ROMEU
EDITORA-ASSISTENTE DA FOLHINHA
Quando tinha uns três anos, Luiza Dias de Oliveira, hoje com nove, perguntou para a mãe se o Piauí ficava longe de São Paulo. "Você me leva lá?" É que ela sempre ouvia (e ainda ouve) falar do lugar no Colégio Rainha da Paz, onde estuda.
O Piauí é especialmente lembrado na festa junina da escola, que ocorre hoje. Isso porque a renda do evento é usada para a construção de cisternas (reservatórios que aproveitam as águas das chuvas) no sertão -em 2008, reuniram R$ 76 mil.
Criado em 2003, o projeto foi batizado de Águas para Vidas Secas. E, depois de arrecadar dinheiro ao longo do ano, um grupinho de alunos segue para o Piauí, onde conhece outra realidade. O que mais chocou Thomas Felipe, 15, foi o lugar de onde muitas famílias tiram água para beber. "É de um barreiro, um buraco na terra, com água barrenta."
O grupo de Giovanna Nogueira, 13, viu o que é viver com água a conta-gotas. Banho? Às vezes, de canequinha; às vezes, nenhum. "O impacto é muito forte. A primeira coisa que eu fiz quando voltei para cá foi ver a água correr pela torneira", lembra Marina Naufel, 15. Quietinha, Luiza ouve atentamente os mais velhos relatarem a dureza da vida sertaneja. Quem sabe ela é escolhida para ir neste ano?
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