São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 2008

Bola

Tudo o que rola

Hoje feitas de couro ou vinil, as redondas já foram criadas com fibras de bambu e até com bexigas de animais

Por Carolina Salvatore

Papai Charles

De que adiantaria o inglês Charles Miller inventar o futebol e não trazer uma bola para o Brasil? Para nossa sorte, ele nos trouxe a primeira bola de futebol em 1894. Feita de couro natural, ela tinha uma abertura para encher a câmara que era fechada com um cadarço. Frequentemente, jogadores se machucavam quando cabeceavam a bola bem na parte da abertura.

Andando na linha

Mas, afinal, porque os gomos são tão importantes? O gerente de categoria da Penalty, Marcel Alves, explica: "Quanto mais costuras e mais gomos a bola tem, mais atrito com o ar ela terá na trajetória do chute, o que pode causar desvios na rota. Isso é ruim para quem chuta, pois ele nunca tem certeza que a bola vai mesmo para onde ele quer, e é ruim para o goleiro, que pode ser enganado por um desvio no ar. Hoje, fazemos bolas para que tenham trajetórias perfeitas".

Pelota improvisada

Transformar qualquer coisa em bola não é problema para quem gosta de uma. Pode ser tampinha de garrafa, cabeça de boneca ou meia enrolada, tudo vira bola. Há 6.500 anos não era diferente. Os japoneses faziam bolas com fibras de bambu. Mais tarde, os romanos teriam uma idéia um pouco menos agradável: transformavam a bexiga de animais em uma pelota.

Coisa rara

Um dia, a advogada Milene Castilho passou em uma loja de esportes, viu uma bola de futebol bonita e comprou. Pronto! Começou aí uma coleção que hoje já reúne 49 bolas, que vão desde comemorativas até réplicas de bolas antigas. "De todas elas, a minha favorita é a de capotão original, que comprei de um argentino. Ela tem uma abertura para encher a câmara de ar e um cadarço para fechá-la. É rara!"

Bate bola

"Sempre tive bola em casa, meu pai sempre arrumava uma bola para deixar no quintal. Brincava muito, carregava ela para todos os lados. Se ia para a escola, ela ia na mochila. Cheguei a dormir com a bola do meu lado. Não desgrudava. Antes de ter minha esposa, eu falava que a bola era minha namorada."
HERNANES, jogador de futebol do São Paulo

"Embora hoje a bola mais presente na minha vida seja a de tênis de mesa, quando era criança não faltavam bolas de futebol em casa. Gostava muito de jogar e sempre pedia para o meu pai bolas de futebol"
HUGO HOYAMA, mesatenista

"O vôlei sempre foi o esporte da minha casa. Minha mãe jogava vôlei, na rua, quando reunia meus amigos, era para jogar vôlei. A bola sempre esteve presente no meu dia-a-dia, era sempre uma bola de vôlei. Mas a bola deixou de ser um brinquedo para ser um dos meus instrumentos de trabalho."
PAULA PEQUENO, jogadora de vôlei do Finasa/Osasco e da seleção brasileira

10+

A bola oficial do atual Campeonato Brasileiro é mais veloz e tem grafismo que ajuda a enxergá-la de longe. Da Nike, custa R$ 399.

Alguns toques

Brinquedos usados podem ser comprados em sites da internet e bazares;
Evite consumir tantos brinquedos: em brinquedotecas, por exemplo, você pode brincar sem ter que comprar;
Pedaços de brinquedos, conchas, botões, entre outros objetos, podem provocar sua imaginação e virar uma boa brincadeira;
Doe seus brinquedos para instituições como a Apae-SP (www.apaesp.org.br), que tem até um acervo de sucata, para estimular as crianças a montarem seus próprios brinquedos. O acervo tem caixas lotadas, por exemplo, com peças de montar, rodas de carrinhos, pernas de boneca e assim por diante.

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