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São Paulo, sábado, 14 de maio de 2005

Sítio do Pica-Pau Amarelo

Um sítio guarda histórias de Monteiro Lobato

Ayrton Vignola/Folha Imagem
Personagens do "Sítio do Picapau Amarelo" em Taubaté, SP


ÍNDIGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Tente se lembrar da floresta onde João e Maria ficaram perdidos. Conseguiu? Agora experimente visualizar o castelo do conde Drácula. Ui! Dá medo só de pensar. E a ilha de Avalon, onde vive a bruxa Morgana, irmã do rei Arthur? No Brasil, também há um lugar famosíssimo: o sítio do Pica-Pau Amarelo. Esses lugares não vivem apenas na nossa imaginação. Eles existem de verdade, e serviram de inspiração para histórias fantásticas. Por esses sítios passaram tantas bruxas, vampiros, príncipes, magos e fadinhas que fica até difícil separar a realidade da fantasia. Vamos tentar.
Histórias de família
Monteiro Lobato, o criador do "Sítio do Picapau Amarelo", nasceu e morou num sítio até os 14 anos. Era o sítio de seu avô. Chamava-se sítio do Visconde de Tremembé. Quando menino, Lobato amava ouvir sua avó contar histórias. Outra pessoa que ele adorava era a Emília, sua babá, também excelente cozinheira.
Se isso está com cara de "Sítio do Picapau Amarelo", é porque muito do que Lobato criou foi inspirado em lembranças de infância. A Folhinha foi até Taubaté conferir essa história.
O sítio do Visconde de Tremembé mudou de nome. Agora ele se chama sítio do Pica-Pau Amarelo, em homenagem ao que Lobato criou, na sua imaginação. Chegamos ao sítio e fomos entrando na casa de fazenda.
Em cima de uma cadeira, na sala de jantar, Emília falava pelos cotovelos. Ela estava a contar a vida de Lobato. Tia Nastácia nos levou até a cozinha. A geladeira era de madeira de pinheiro e tinha mais de 200 anos!
O lugar predileto de Monteiro Lobato era uma jaqueira. Ela continua firme e forte. Sentado à sombra dessa árvore, ele escrevia durante horas. Hoje, ao pé da jaqueira há uma placa: "CUIDADO: abelhas!". Vai ver, foi um jeito que o escritor encontrou para que sua árvore querida ficasse bem protegida. É uma das poucas árvores em que Pedrinho não sobe.

Índigo, 33, é autora de "Festa da Mexerica" (ed. Hedra) e "Caixinha de Madeira" (ed. Altana)
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