UOL
São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2005

LIVROS

Paul McCartney fala da fuga de bichos; e Gabriel o Pensador narra em ritmo rap

Músicos contam histórias

LUCRECIA ZAPPI
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando era criança, a letra "a" não saía tão redonda quanto Gabriel Contino queria. Mas Gabriel o Pensador insistiu. E, de garrancho em garrancho, inventou até letras de música.
Dessa vez, Gabriel tentou o caminho inverso. Saltou das notas musicais para uma história escrita e fez "Rorbeto" (Cosac Naify, R$ 29,90), história de um menino que descobre que tem seis dedos em uma mão. "A história é toda rimada, tem uma presença musical forte", diz Gabriel, que lê o livro como quem canta rap.
"Rorberto" é ilustrado por Daniel Bueno, e, como um caderno de verdade, as páginas têm letras nas entrelinhas e também dedos e rabiscos de todo o tipo.
"Lá no Alto das Nuvens" (Planeta, R$35) não lembra diretamente música, mas a história tem bom ritmo. O livro não tem a idéia inusitada dos seis dedos, mas foi feito por seis mãos talentosas.
Um dos escritores é Paul McCartney, que tocava na banda mais famosa de todos os tempos, os Beatles. "Beatle", em inglês, quer dizer "besouro". Então o ex-besouro se juntou com o escritor barbudo de dois metros Philip Ardagh e com o ilustrador Geoff Dunbar.
Com esse trio -músico ex-inseto, escritor quase ogro e ilustrador que guarda o prêmio Urso de Ouro em casa-, a idéia do livro só podia ter surgido no mato.
O livro fala da natureza, a partir do esquilo Serelepe, que foge da floresta, vai parar em uma cidade suja e finalmente chega a uma ilha com seus amigos bichos, dessas em que se vive feliz para sempre.

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