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São Paulo, sábado, 20 de maio de 2006

NA SALA DE AULA

Professores e alunos discutem na escola a onda de violência que se espalhou pelo Estado nesta semana

Por que São Paulo viveu um dia de medo?

DA REPORTAGEM LOCAL

Na última segunda-feira, o Estado de São Paulo teve um dia diferente. Principalmente na capital, todos estavam assustados com atentados contra a polícia e rebeliões em presídios. O medo se espalhou pelas ruas: ônibus e metrô deixaram de circular, lojas e shoppings fecharam. Muitos pais não levaram ou foram buscar mais cedo seus filhos na escola.
Mas por que São Paulo viveu um dia de medo? Professores e alunos aproveitaram as aulas, nesta semana, para discutir o que se passou na cidade.
No colégio Santa Maria, 11 dos 29 alunos da terceira série faltaram no dia 15. Cláudia Sande, professora, diz "a onda de violência" dominou as conversas em sala na aula de atualidades. "Fiquei com um pouco de medo", contou Caio, 8. "Na aula de artes, minha mãe veio me buscar." Gabriel, 8, disse que não teve medo, mas também voltou para casa mais cedo. "Vai ser um dia marcante. Pode acontecer de novo, mas tomara que não."
Na turma da professora Janette Crivelari, da terceira série do colégio Pentágono Morumbi, uma das perguntas mais feitas pelos alunos foi: "Por que incendiar ônibus?". "Expliquei que, apesar de os ataques serem dirigidos a policiais, era justamente para que a população sentisse."
Na escola Nossa Senhora das Graças a professora Ana Lúcia Arbex, da segunda série, resume a discussão da roda de conversa: "Debatemos como as pessoas têm poucas oportunidades, como a sociedade é desigual e como isso contribui para a violência."

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