São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2004

Rua era palco de brincadeiras e furtos

No início do século 20, crianças ficavam de castigo nas delegacias

DA REDAÇÃO

Logo cedo, nas portas das oficinas gráficas, garotos esperavam para receber os pacotes de jornais. Geralmente eram filhos de imigrantes esses pequenos jornaleiros, que rodavam as ruas da cidade aos berros para vender as notícias do dia.
Os meninos também pegavam caronas nos bondes e praticavam pequenos furtos. No início do século 20, a rua era um verdadeiro palco de brincadeiras, onde as crianças jogavam bola, enroscavam seus papagaios nos fios elétricos e pichavam muros. Com pedradas, os malandrinhos também gostavam de apagar a iluminação das ruas.
"Muitas vezes as crianças eram presas temporariamente. Algumas ficavam de castigo durante dias inteiros nas delegacias, presas com adultos", conta o historiador Marco Cabral dos Santos.
Na rua 25 de Março, no centro de São Paulo, era comum ver crianças praticarem pequenos furtos nas lojas para revender os produtos depois, o que ainda é comum hoje.
Naquela época, algumas crianças eram levadas ao Instituto Disciplinar, inaugurado em 1903, que deu origem à Febem. Lá os internos faziam trabalhos agrícolas de manhã até a noite. Também eram obrigados a fazer exercícios físicos diariamente. Acreditava-se que o trabalho poderia regenerá-los. (KC)

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