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Rua era palco de brincadeiras e furtos
No início do século 20, crianças ficavam de castigo nas delegacias
DA REDAÇÃO
Logo cedo, nas portas das
oficinas gráficas, garotos esperavam para receber os pacotes de jornais.
Geralmente eram filhos de
imigrantes esses pequenos
jornaleiros, que rodavam as
ruas da cidade aos berros para
vender as notícias do dia.
Os meninos também pegavam caronas nos bondes e
praticavam pequenos furtos.
No início do século 20, a rua
era um verdadeiro palco de
brincadeiras, onde as crianças
jogavam bola, enroscavam
seus papagaios nos fios elétricos e pichavam muros. Com
pedradas, os malandrinhos
também gostavam de apagar
a iluminação das ruas.
"Muitas vezes as crianças
eram presas temporariamente. Algumas ficavam de castigo durante dias inteiros nas
delegacias, presas com adultos", conta o historiador Marco Cabral dos Santos.
Na rua 25 de Março, no centro de São Paulo, era comum
ver crianças praticarem pequenos furtos nas lojas para
revender os produtos depois,
o que ainda é comum hoje.
Naquela época, algumas
crianças eram levadas ao Instituto Disciplinar, inaugurado
em 1903, que deu origem à Febem. Lá os internos faziam
trabalhos agrícolas de manhã
até a noite. Também eram
obrigados a fazer exercícios físicos diariamente. Acreditava-se que o trabalho poderia
regenerá-los. (KC)
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