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São Paulo, sábado, 26 de novembro de 2005

LIVRO

Receitas e ingredientes vindos de várias partes do mundo deram sabor à história e à cozinha do Brasil

Tá na mesa

Divulgação
Escravos em engenho de açúcar


ALEXANDRA MORAES
DA REPORTAGEM LOCAL

A história do Brasil, como a de outros lugares, pode ser contada não apenas pelos grandes acontecimentos. Existe muita história também por trás de tudo aquilo que comemos.
Se você se interessar pelo assunto, pode aproveitar o livro "Um Tico-Tico no Fubá - Sabores da Nossa História" (Companhia Editora Nacional, R$ 29), que narra um pedaço dessa história desde um pouco antes da chegada dos portugueses, em 1500. As plantas típicas do nosso país, como a mandioca, o milho e o palmito, eram consumidas pelos índios, mas ganharam a apreciação também dos europeus que vieram mais tarde. Para acompanhar as histórias, há receitas com esses ingredientes -e outros que vieram com imigrantes de muitas partes do mundo.
Já no século 16, houve o ciclo da cana-de-açúcar. Os plantadores de cana eram muito ricos, e a planta se adaptou bem ao solo do nosso país. Essa cultura trouxe para cá também os primeiros escravos, vindos da África.
Já que o cultivo de cana-de-açúcar é quase tão antigo quanto o Brasil, os doces também estão presentes desde esse comecinho da nossa história. Os principais eram os doces de frutas e as compotas, que são basicamente as misturas de açúcar e frutas -típicas do país ou trazidas de outros lugares, como o coco. O que estivesse à mão virava doce!
Há também receitas que foram trazidas pelos imigrantes alemães, italianos e japoneses, por exemplo, e a história do pão francês, tão comum hoje, mas que despertava desconfiança no começo do século 19. Naquela época, os pães brasileiros eram de farinha de mandioca ou de milho, enquanto o francês trazia um ingrediente pouco apreciado por aqui: a farinha de trigo.

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