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São Paulo, sábado, 26 de novembro de 2005

LITERATURA

Nas fábulas e na vida real, além dos sapos, outros animais e insetos se transformam

Mudança de hábito

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Tem bicho que não precisa de encantamento para ser transformado: insetos como borboleta, libélula, gafanhoto e cigarra, assim como os anfíbios, já nascem encantados. Ou seja, eles passam por uma metamorfose em alguma fase da vida: mudam a forma, a cor e, às vezes, até o nome.
Mas, no fabulário em que há metamorfoses de animais como serpentes, tartarugas e corvos, é sempre necessária uma boa dose de magia ou de feitiço para gente virar bicho. Aí entram em ação bruxas, magos e pajés.
As metamorfoses dos animais nas histórias, nos contos e nas lendas representam geralmente uma provação pela qual o personagem tem que passar. Foi assim com o "Príncipe Sapo", que, para voltar à forma humana anterior, precisava vencer uma prova quase impossível: conquistar o coração de uma princesinha.
Essas histórias de metamorfose também explicam a origem das coisas ou dão ensinamentos às crianças.
Diversos povos colecionam contos de transformação ou de metamorfose. E em cada lugar um bicho diferente é metamorfoseado. A escritora Heloisa Prieto, que pesquisa histórias contadas mundo afora, diz que os chineses adoram contos de transformação com dragões.
No outro lado do globo, no Peru, é famosa uma história em que uma menina chamada Branca é encantada em garça. O feitiço foi feito por um bruxo que mora em uma montanha a pedido dos irmãos invejosos da garota.
Nos contos populares brasileiros, em que há mistura de ingredientes indígenas, europeus e africanos, o boto vira um rapaz de chapéu para namorar moças na beira dos rios, e um papagaio real é um príncipe metamorfoseado que aparece à noite no quarto de uma donzela. (GABRIELA ROMEU)

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