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São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 2006

MUNDO AQUÁTICO

Leia a história do mamífero que saiu do mar para ter um triste fim nas águas de um rio

Pobre baleia!

France Presse
Biólogos e veterinários tentam salvar a baleia, que não sobreviveu ao resgate


FÁBIO VICTOR
DE LONDRES

Começou com festa e algazarra, mas teve um final triste, a história da baleia que apareceu na semana passada no rio Tâmisa, em Londres. Quando ela surgiu, a capital da Inglaterra parou para ver: as margens do rio ficaram lotadas, as TVs só mostravam a baleia, não se falava de outra coisa.
Só que ela, uma fêmea adolescente da espécie nariz-de-garrafa, não agüentou as conseqüências de ficar longe do seu ambiente, as águas profundas do oceano Atlântico Norte, e morreu quando estava sendo resgatada de volta para o mar. Foi uma tristeza só na cidade.
Afinal, não é todo dia que o maior animal da Terra -e um dos mais simpáticos- sai do mar para nadar na água doce. "Uma baleia no rio???", foi a primeira pergunta que todo mundo fez. Muita gente achou que era pegadinha de quem contava.
Mas era tudo verdade. Não se sabe com certeza o que fez a baleia parar ali. Perdeu-se da mãe ou dos colegas com quem essa espécie costuma andar e entrou no rio.
O que é certo é que, na sexta retrasada, a bichona de 5,85 m nadou próximo a lugares famosos da cidade, atraindo uma multidão. Um dos espectadores, Alexander Oman, 6, conversou com a Folhinha.
"É muito difícil de descrever o que eu sinto, é legal demais. Vi só um pedaço da cabeça e os esguichos que ela soltava e aí fiquei com mais vontade de ver o corpo inteiro", disse.
Na sexta, dia 20, a baleia voltou a nadar em direção ao oceano. Todo mundo achou que a história acabaria bem. Mas ela estava desorientada e no dia seguinte voltou para o mesmo lugar da véspera. Para evitar o pior, a solução dos biólogos e veterinários foi levantá-la com um tipo de guindaste e colocá-la num barco para ser levada ao mar.
O resgate começou bem, mas, no caminho, ela teve complicações por estar desidratada e por ficar sem comer por três dias e morreu.
Os restos mortais vão ser doados para o Museu de História Natural de Londres, o que é um tipo de final feliz, já que ela servirá para pesquisas que vão relevar mais informações sobre outras baleias como ela.

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