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São Paulo, sábado, 28 de maio de 2005

FESTA NO ARRAIAL

Quadrilha junta francês e português

A dança chegou ao Brasil em 1808, com a corte portuguesa, e teve seus comandos adaptados para as festas juninas daqui

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Bem-me-quer, malmequer. Você já deixou as flores carecas e ainda não tem nenhuma pista se seu amor é correspondido? Santo Antônio e são João, os santos da fertilidade e do casamento, podem lhe dar uma força, através das simpatias.
Já tentou, na véspera do dia de são João, de 23 para 24 junho, escrever nomes de pretendentes em papeizinhos e dobrá-los numa bacia cheia de água? Dizem que o papel que amanhecer aberto vai revelar o nome da noiva ou do noivo.
O ponto alto da festa junina é o casório caipira, seguido de quadrilha. A dança de pares é cheia das nove horas, com muitos comandos em francês. Isso porque, quando a corte portuguesa chegou ao Brasil, em 1808, trouxe a quadrilha, dança originária da França.
Hoje, a quadrilha é uma mistura engraçada de passos originais com passos novos, comandos em francês misturados aos tradicionais "sustos" em português, como "óia a cobra".
Homens e mulheres entram abraçados em fila, seguindo os comandos do marcante e do contramarcante. Fazem o "balancê" ("balancer"), depois se cumprimentam "vis-a-vis" ("vis-à-vis", ou seja, "cara a cara"), e "anavan" ("en avant", "para a frente"). Depois recuam ("anarriê" vem de "en arrière" que significa "para trás").
De volta a seus lugares, fazem mais um balancê com seus pares seguido de um "tur" ("tour", que significa "volta"). Ouve-se então "otrefoá!" ("autrefois" siginica "mais uma vez"). Daí tem mais balancê e viravortê, e o homem passa a mulher para o homem de trás, até que todos encontrem seus pares novamente.
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