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São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2004

Futebol fora do campo

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

Quando éramos crianças, meus amigos e eu gostávamos tanto de futebol que não queríamos sair dos campinhos do bairro ou da quadra da escola.
Mas ninguém agüenta jogar bola o tempo todo. E os nossos pais também não iam deixar. Então a gente tentava prolongar o prazer do futebol de todas as maneiras possíveis. Uma delas era jogar pebolim na casa de um amigo. Fazíamos campeonatos movimentados e barulhentos. Ás vezes, a mãe desse amigo ficava brava com a bagunça e o jogo acabava antes da hora.
Mas havia outros meios de curtir nosso esporte sem sair de casa. Por exemplo: o futebol de botão. Quem tinha um dinheirinho formava times comprando "jogadores" que eram vendidos em pacotinhos nas bancas. Quem estava "duro" ia ao relojoeiro pedir tampas de relógio velhas. Os times formados assim, com tampas de relógio riscadas e de várias cores, eram até melhores.
O "campo", geralmente, era o chão mesmo. As linhas eram riscadas com giz e as bandeirinhas de escanteio eram palitos de fósforo enfiados nas emendas do assoalho.
Outro "futebol de mentira" do meu tempo era feito com um tabuleiro de madeira, onde a gente fixava uns preguinhos, que passavam a ser os jogadores. A "bola" era uma moeda, que a gente tentava fazer chegar ao gol passando pelo meio dos pregos.
Hoje há muitas maneiras de jogar futebol no computador ou no videogame. Volta e meia eu trago um desses games e CDs para meu filho.
E vou confessar uma coisa: não é só para ver o Lucas contente. É porque eu também me divirto muito com eles. Os tempos mudaram, mas eu continuo fanático por futebol, o de verdade e os de mentira.

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