| São Paulo, sábado, 30 de janeiro de 2010 |
Cadê a minha turma?
Com frio na barriga e coração na mão, crianças recomeçam as aulas na expectativa de conhecer novos amigos
Bruno Fernandes/Folha Imagem |
CAMILLA COSTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As mãos tremem, o coração fica acelerado e parece que todo mundo está olhando para você. É assim que muitas crianças se sentem quando, na volta às aulas, sabem que vão encontrar uma turma diferente daquela do ano anterior.
Na escola de Thaís Gola, 9, as turmas mudam todos os anos. "São misturadas as turmas de uma série e também entra gente nova", conta. Ela diz que isso é bom porque ela conhece pessoas novas e sempre tem amigos em classes diferentes, mas acha que seria mais legal não mudar: "Queria que todo mundo ficasse junto".
Talita Lourino, 11, e Jade Fioravante, 11, inventaram um jeito de driblar a saudade de Lígia Maffessoni, 11, que vai se mudar para a turma da manhã. "Fizemos juntas uma caixa de segredos", diz Talita. Uma caixa de sapatos decorada vai funcionar como caixa de correio. "Vamos deixar na recepção da escola. De manhã, coloco um bilhete contando as novidades. E, à tarde, elas respondem", explica Lígia.
Quando a mudança é de escola, o medo de fazer novos amigos é ainda maior. Mariana Marques, 12, que passou por isso em 2009, diz que o primeiro dia foi difícil: "Meu coração estava na mão!". Mas logo uma menina se ofereceu para mostrar a escola nova. Era o início de uma amizade.
Tudo melhora
A psicopedagoga Maria Irene Maluf avisa que os primeiros meses após a mudança são os mais chatos, mas, depois, tudo melhora. "Quem muda de escola sempre pode encontrar os amigos de antes nos fins de semana. Quem muda só de turma vai brincar com os antigos colegas no recreio."
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