São Paulo, sábado, 31 de janeiro de 2009

Dia do Mágico

O impossível é possível

Mágicos e ilusionistas famosos contam como aprenderam a encantar plateias desde a infância

CLARICE CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Você pode até não ter um mágico na família, mas é possível que tenha um tio ou um primo que tire moedas da orelha ou "roube" o nariz do seu irmãozinho.
São efeitos simples, mas que têm toda uma mágica especial. Foi graças a eles que o mágico Ricardo Malerbi se apaixonou pela profissão. "Meu tio-avô "tirava" a ponta do dedo, e eu sempre pedia para ele repetir."
E, como hoje é Dia do Mágico, não tem hora melhor para falar dessa figura que, muitas vezes, já faz os primeiros efeitos na infância.
Foi assim com Issao Imamura, que ganhou um kit de mágica aos dez anos. "Muita gente começa assim. É mais do que uma caixa, é um amuleto mágico que pode mudar a sua vida -e mudou a minha!", diz o ilusionista.
Philip Blue também ganhou uma dessas caixas do pai quando tinha seis anos -só que sem as instruções. "Fiquei uma semana quebrando a cabeça para adivinhar os segredos e, quando ele me contou, vi que eram mais simples do que eu imaginava. Decidi não revelá-los a ninguém."

Encantamento
Eduardo Peres relembra até hoje o primeiro efeito que viu. "Senti um frio na barriga diante de alguém que "realizava o impossível". Depois, só pensava nisso."
E o que o mágico tem que o torna tão especial? Enio Finochi, da Academia Brasileira de Arte Mágica, diz que é por fazer o que parece impossível que ele leva encantamento às pessoas.
"Ele mostra que a inocência e a capacidade de ficar maravilhado permanecem dentro de cada um e que a paz é possível", diz. "Tanto que um de nossos símbolos é uma pomba branca."
Se é a surpresa final que mais encanta o público, qual será o momento mágico para quem está por trás do efeito? "É quando, em vez de bater palmas, a plateia compartilha com o mágico o silêncio de algo surpreendente", diz Célio Amino.

Por que é hoje?
O Dia do Mágico é comemorado em 31 de janeiro porque é o aniversário de morte de são João Bosco. Ele é considerado "patrono dos mágicos" porque, quando era jovem, usava seus conhecimentos de mágica para dar aulas.

Os mestres dos magos
O primeiro mágico de que se tem notícia é Dedi de Desnefrú, um egípcio que viveu mais ou menos em 2.700 a.C (antes do nascimento de Cristo). A apresentação que ele fez na corte do rei Khufú foi narrada num papiro que está até hoje guardado num museu alemão. Outros mágicos citados em textos da Antiguidade são: Alexandre de Abonotica, Theodoros, Xénophon, Eunnus, o Sírio e Simon (citado na Bíblia).

Para todos os gostos
Boa parte dos mágicos se especializam em um tipo ou outro de mágica. Por exemplo, há a mágica de manipulação (feita com a habilidade das mãos), a "cartomagia" (com cartas de baralho) e outra chamada "mentalismo" (que diz mexer com o poder da mente).


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