|
Dia do Mágico
O impossível é possível
Mágicos e ilusionistas famosos contam como aprenderam a encantar plateias desde a infância
CLARICE CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Você pode até não ter um
mágico na família, mas é
possível que tenha um tio
ou um primo que tire moedas da orelha ou "roube" o
nariz do seu irmãozinho.
São efeitos simples, mas
que têm toda uma mágica
especial. Foi graças a eles
que o mágico Ricardo Malerbi se apaixonou pela profissão. "Meu tio-avô "tirava"
a ponta do dedo, e eu sempre pedia para ele repetir."
E, como hoje é Dia do Mágico, não tem hora melhor
para falar dessa figura que,
muitas vezes, já faz os primeiros efeitos na infância.
Foi assim com Issao Imamura, que ganhou um kit de
mágica aos dez anos. "Muita
gente começa assim. É mais
do que uma caixa, é um
amuleto mágico que pode
mudar a sua vida -e mudou
a minha!", diz o ilusionista.
Philip Blue também ganhou uma dessas caixas do
pai quando tinha seis anos
-só que sem as instruções.
"Fiquei uma semana quebrando a cabeça para adivinhar os segredos e, quando
ele me contou, vi que eram
mais simples do que eu imaginava. Decidi não revelá-los a ninguém."
Encantamento
Eduardo Peres relembra
até hoje o primeiro efeito
que viu. "Senti um frio na
barriga diante de alguém
que "realizava o impossível".
Depois, só pensava nisso."
E o que o mágico tem que
o torna tão especial? Enio
Finochi, da Academia Brasileira de Arte Mágica, diz
que é por fazer o que parece
impossível que ele leva encantamento às pessoas.
"Ele mostra que a inocência e a capacidade de ficar
maravilhado permanecem
dentro de cada um e que a
paz é possível", diz. "Tanto
que um de nossos símbolos
é uma pomba branca."
Se é a surpresa final que
mais encanta o público, qual
será o momento mágico para quem está por trás do
efeito? "É quando, em vez
de bater palmas, a plateia
compartilha com o mágico o
silêncio de algo surpreendente", diz Célio Amino.
Por que é hoje?
O Dia do Mágico é comemorado em 31 de janeiro porque é o aniversário de morte de são João Bosco. Ele é considerado "patrono dos mágicos" porque, quando era jovem, usava seus conhecimentos de mágica para dar aulas.
Os mestres dos magos
O primeiro mágico de que se tem notícia é Dedi de Desnefrú, um egípcio que viveu mais ou menos em 2.700 a.C (antes do nascimento de Cristo). A apresentação que ele fez na corte do rei Khufú foi narrada num papiro que está até hoje guardado num museu alemão. Outros mágicos citados em textos da Antiguidade são: Alexandre de Abonotica, Theodoros, Xénophon, Eunnus, o Sírio e Simon (citado na Bíblia).
Para todos os gostos
Boa parte dos mágicos se especializam em um tipo ou outro de mágica. Por exemplo, há a mágica de manipulação (feita com a habilidade das mãos), a "cartomagia" (com cartas de baralho) e outra chamada "mentalismo" (que diz mexer com o poder da mente).
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|