São Paulo, sábado, 1 de janeiro de 1994
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Resultado abala candidatura

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O ano não terminou bem para o prefeito Paulo Maluf. Dezembro era o mês que Maluf reservara para consolidar a imagem de "administrador competente", indispensável para alavancar sua candidatura à Presidência da República. A quase irrelevante mudança nos índices de avaliação de Maluf, no entanto, não estava nos planos da cúpula do PPR.
Desde o início da administração, Maluf apostou que no final de 93 já poderia se apresentar como "o prefeito que mais fez obras em tão pouco tempo". Esperava a recíproca em termos de intenção de voto. Por isso, começou a veicular publicidade e reforçar o esquema azeitado que mantém nos programas dos chamados "comunicadores" de rádio.
O raciocínio político do PPR é que Maluf teria que estar agora na condição de vice-líder inconteste na corrida presidencial. Assim, seria, no mínimo por falta de outras opções, o desaguadouro dos que rejeitam a alternativa Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Não é o que está ocorrendo. Maluf sofreu no segundo semestre arranhões que prejudicaram sua candidatura ao Planalto.
A eclosão do caso Paubrasil, empresa do pianista João Carlos Martins que arrecadou dinheiro para as duas últimas campanhas eleitorais do prefeito, foi o principal revés político de Maluf. O surgimento do nome de Flávio Maluf (filho do prefeito) no episódio transformou o possível candidato num homem tenso, preocupando os responsáveis pelo marketing malufista. A própria direção do PPR admite que a costura da candidatura Maluf estaria mais adiantada se o caso não houvesse eclodido.
Junto com isso, problemas com a licitação para coleta de lixo em São Paulo e buracos em obra na avenida Juscelino Kubitschek também não estavam nos planos de quem pretendia reforçar a candidatura em apenas um ano de administração municipal.
O desafio de Maluf até 2 de abril, prazo para desincompatibilização dos que querem disputar eleição, é dar o pulo definitivo em São Paulo, sua principal base eleitoral.

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