São Paulo, sábado, 1 de janeiro de 1994 |
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Terceiro livro de Turow não convence
MARCO CHIARETTI
É verdade, há poloneses, italianos, judeus, alemães. Mas todos parecem há gerações imbuídos do espírito de "fazer a América". Os livros de Turow são sobre isso: a ambição desmedida, essa paixão que os EUA encarnam com tanta força. Aqui também o cenário é o mundo dos advogados. Como em "Acima de Qualquer Suspeita" e "O Onus da Prova", Turow trata de advogados e seus defeitos (e virtudes, talvez), treinados para dizer a verdade sempre, mesmo que mentindo descaradamente. Um advogado da poderosa (evidentemente...) Gage & Griswell some com US$ 5 milhões e alguns trocados. O dinheiro foi retirado da conta de um cliente trasnacional, um grande conclomerado. Ninguém na firma quer fazer escândalo para não pegar mal. Aí, os sócios principais pedem a um dos advogados do estúdio, um ex-policial, ex-alcoólatra e ex-quase tudo, McCormack A. Malloy, que descubra o paradeiro do ladrão, palavra que ninguém usa. Ele acaba descobrindo que a história não é tão simples. No fim, o sistema continua, e não se fala mais nisso. Turow desta vez errou a medida. "Acima..." era um bom thriller e "O Onus...' até que não ía tão mal em tentar desvendar a psicologia dos personagens, mas "Declarando-se Culpado" acaba virando uma confusão, onde os nomes de clientes, números de contas e quantias milionárias são mais importantes do que qualquer coisa. É capaambém vire filme. Mas não vai ser fácil. (Marco Chiaretti) Título: Declarando-se Culpado Autor: Scott Turow Quanto: CR$ 7.371,00 Texto Anterior: Ken Follet vai à Inglaterra vitoriana Próximo Texto: Ordem judicial impede Cicciolina de levar seu filho de Nova York Índice |
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