São Paulo, sábado, 1 de janeiro de 1994
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Extremo Oriente é pólo mais dinâmico

DA REPORTAGEM LOCAL

O sucesso no Ocidente de filmes chineses como "Lanternas Vermelhas" e "Adeus Minha Concubina" representa apenas a ponta de um imenso iceberg: o volumoso e surpreendente cinema do Extremo Oriente.
Aliás, é uma ponta ilusória, a julgar pelo que dizem o cineasta Hector Babenco, o organizador da Mostra de Cinema de São Paulo, Leon Cakoff, e o produtor inglês Donald Ranvaud (leia entrevista à pág. 5-3). Segundo eles, o grosso da produção chinesa não tem nada a ver com a sofisticação estética das obras de Zhang Yimou e Chen Kaige, que, quando escapam da censura do regime, não agradam muito a população local.
O isolamento chinês é atestado por um episódio narrado por Babenco, que em novembro último foi jurado (ao lado de Nagisa Oshima e Oliver Stone) do 1.º Festival Internacional de Cinema de Xangai, para o qual uma das estrelas convidadas era Sofia Loren. Uma chinesinha abordou Babenco na rua e pediu para ser fotografada a seu lado pelo namorado. Feita a foto, a garota teve um momento de dúvida: "You Sofia Loren, no?"
Taiwan, Coréia e Hong Kong são outros ativos pólos cinematográficos do Oriente. Hong Kong é o mais impressionante: produz 200 longas por ano (na maioria filmes populares de ação, com alta qualidade técnica), tem um "star system" nos moldes de Hollywood e é o lugar do mundo onde se gasta mais dinheiro com ingressos de cinema: US$ 27 por habitante anualmente. (JGC)

LEIA MAIS
Sobre o futuro do cinema à pág. 5-3

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