São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994
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Lopes aposta na nova moeda

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre as consultorias especializadas em cenários, a Macrométrica, de Francisco Lopes, é a que apresenta visão mais positiva, ainda que com diversas ressalvas. Supondo que o Congresso votará o ajuste fiscal necessário, Lopes acha que o Plano FHC, por ele definido como "de conversão monetária", tem boa chance de emplacar, mas num período relativamente longo. A economia estaria pronta, trabalhando com inflação anual abaixo dos 10% e com taxa de câmbio estabilizada no segundo semestre de 1995.
Isso supõe uma condição política especial –a de que o presidente a ser eleito neste ano esteja comprometido com o programa de estabilização, diga isto na campanha e mantenha a promessa depois da posse.
Dadas estas condições, Francisco Lopes considera plenamente factível a introdução da URV logo no início do ano, seguindo-se a transição gradual e controlada para uma moeda nova, conversível em dólar. A sequência seria:
Inflação - crescente em cruzeiros reais, chegando a 65% em junho de 95, quando a moeda seria extinta; inflação perto de zero ou negativa em URV, ao longo do período de transição e também depois, como moeda.
Atividade econômica - crescimento em 1994 menor do que em 1993. Eliminada a inflação, o PIB volta a crescer forte, com 5,68% em 1995 e 8,84% em 96.
Taxa de câmbio - sem variações ao longo de 94; desvalorização do cruzeiro e da URV em 95, estabilização nos anos seguintes.
Comércio externo - saldo "bem comportado", nos níveis atuais.
Salário real - cresce em 94, cai pouco em 95, volta a subir em 96. (CAS)

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