São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994
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Mundo espera fechar 94 com crescimento

REGINA CARDEAL
DA REDAÇÃO

Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, que abriram caminho para a recessão mundial em 1990, renovam os sinais de crescimento econômico. É nestes três integrantes do Grupo dos Sete (países mais industrializados) que os analistas apostam suas fichas para a recuperação global em 1994.
Se Reino Unido e Canadá têm importância relativa na engrenagem econômica mundial, os Estados Unidos se mantêm como potente motor, com uma economia de US$ 5,7 trilhões. Para a maior economia do globo, os principais institutos internacionais prevêem crescimento em torno de 3% este ano.
É um número modesto se comparado ao que se espera da China. Os chineses vão espantar o mundo com crescimento econômico de dois dígitos pelo terceiro ano consecutivo.
O sudeste da Asia, com seus tigres e filhotes, continuará no topo da lista. Mercados emergentes, asiáticos e latino-americanos, se manterão como ímãs para o capital internacional.
Este é o lado brilhante das previsões de instituições como o FMI e o Banco Mundial para o Ano Novo. O lado sombrio mostra uma fila de quase 35 milhões de desempregados só nos 24 países industrializados da OCDE, economia estagnada no Japão e um grande ponto de interrogação sobre a Alemanha.
Contrariando estatísticas da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que projetam a queda da economia alemã até meados do ano que vem, o ministro da Economia, Gunter Rexrodt, declarou esta semana encerrada a recessão no país. De qualquer maneira, Rexrodt espera para a "locomotiva" da Europa desempenho mais próximo de uma maria-fumaça do que de um trem-bala para 1994. Rexrodt acredita em crescimento de até 1%. Para a OCDE, a expansão alemã não passa de 0,5%.
Para seus 24 países, a OCDE crava expansão média de 2,1% na primeira metade do ano, acelerando para 2,7% até o final de 94. Para comparar com os 'líderes": o crescimento econômico nas chamadas Economias Dinâmicas da Asia (Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Cingapura, Tailândia e Malásia) vai atingir 6,1%.
Mais boas novas: o Leste Europeu retomará o crescimento pela primeira vez desde o colapso do comunismo na virada da década. Já para a Rússia, cuja economia despencou mais de 10% em 1993, o cenário não é tão animador, apesar do aparente controle da inflação –façanha que o Brasil não conseguiu em 1993 e que muitos analistas duvidam que consiga em 1994.
Já os países ricos vão continuar experimentando níveis excepcionalmente baixos de inflação.
Misturando o expressivo crescimento da Asia e América Latina, mais a recuperação do Leste, o FMI chega a um cenário de expansão global de 3,2% em 1994. É uma taxa considerada muito baixa para criar o número de novos empregos que o mundo precisa com urgência.

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