São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994
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Veja como ganhar dinheiro com peças antigas

DA REPORTAGEM LOCAL

Comercializar e alugar móveis e objetos antigos para cenários de teatro, TV e propaganda é uma alternativa pouco comum de negócio. Para começar no setor, além de um ponto comercial, com no mínimo 50 metros quadrados, são necessários um telefone e um carro utilitário para o transporte e contato com restauradores e tapeceiros. Com um pequeno acervo de 40 peças dá para começar.
Pela locação, os comerciantes cobram entre 20% e 30% do preço determinado para venda. Os contatos com as emissoras de TV e produtoras de propaganda são feitos através dos cenógrafos ou produtores.
Outra possibilidade é alugar para pessoas físicas que procuram peças para enfeitar festas. A gerente da loja Casa Velha, Sandra Trípoli, 36, diz que nada sai da casa sem um contrato de locação, determinando o tempo e o valor do aluguel, e ainda um cheque no valor total do objeto como caução.
Fazer boas compras é fundamental para a atividade. Na casa Antiguidades Bonsucesso, um jogo de seis cadeiras, duas poltronas e um aparador austríacos, do século passado, está à venda por US$ 2.800. Segundo Osni Oliveira, dono, para adquirir os móveis ele pagaria no máximo US$ 1.200. De acordo Sandra Trípoli, o preço do custo de um móvel ou objeto não pode passar de 20% ou 30% do seu valor de venda, já que cerca de 50% devem ser destinados à restauração.
Frequentar leilões, publicar anúncios em classificados de jornais e revistas e viajar para outros Estados são atividades fundamentais na formação de um bom acervo. Osni Oliveira diz que no passado viajou pelo Brasil várias vezes fazendo compras pessoalmente. Hoje, ele conta com uma equipe de 30 batedores (pessoas que fazem pesquisa e compra de móveis e objetos) em várias cidades e também utiliza leilões e anúncios classificados.
A Casa Velha, por exemplo tem dois compradores contratados. "A loja existe há mais de 20 anos e já tem uma clientela própria", afirma Sandra. Segundo ela, há muita gente querendo vender coisas antigas, mas nem sempre as peças valem a pena.
Para fazer compras em outros Estados, Sandra diz que normalmente pede uma fotografia do móvel ou objeto. "Se for interessante, mandamos uma remessa bancária e o dono despacha a mercadoria por uma transportadora." A loja recebe propostas de compra por carta e por telegrama.
Fazer contato com os negociantes já estabelecidos para troca de informações também é uma tarefa essencial para conhecer os móveis e objetos. Cecília Torres, que há 21 anos gerencia a loja O Museu, recomenda a leitura de livros antigos e catálogos importados sobre a origem e época das peças. (NR)

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