São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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Stepanenko é acusado de gastos irregulares

DA SUCURSAL DO RIO

O Sindicato dos Bancários do Rio divulgou ontem dossiê de 54 páginas acusando o ministro do Planejamento, Alexis Stepanenko, de gastar dinheiro público irregularmente. As 60 notas fiscais, reunidas foram assinadas pelo ministro e sua mulher, Carmem, e cobriram o consumo de uísque, sushi, cerveja e até uma sessão de massagem na sauna do hotel Caesar Park, em São Paulo.
A principal irregularidade, segundo o presidente do Sindicato, Fernando Amaral, é que as duas hospedagens em São Paulo foram pagas pelo BNDES. Na primeira viagem, de 10 a 12 de novembro último, o ministro gastou CR$ 260.032,03 no Caesar Park. Dez dias depois, no Maksoud Plaza, a despesa foi de CR$ 212.203,10.
O dossiê será remetido ao Congresso. A idéia de Fernando Amaral é encaminhar os documentos ao Ministério Público para que seja aberto inquérito para apurar as supostas irregularidades.
Na avaliação de auditores do TCU (Tribunal de Contas da União) ouvidos pela Folha, uma estatal não pode arcar com os custos de viagem de um ministro de Estado pelo simples fato de a empresa estar subordinada ao outro órgão –o BNDES é vinculado à Secretaria de Planejamento, mesmo a viagem sendo a trabalho. De acordo com as normas do TCU, os dois órgãos têm patrimônios e despesas distintos.
Além das despesas de hospedagem, o BNDES pagou também o aluguel de três carros para transportar o ministro, a mulher e assessores. O custo total dos aluguéis dos três Santanas placas BN-6570, BNO-6740 e BNO-6780, feitos a Clean Car, foi CR$ 237.904,62. Uma das guias de controle do uso foi assinada por Carmem Stepanenko.
No quarto 1303 do Maksoud Plaza, ocupado por duas pessoas, foram consumidos na noite do dia 11 de novembro uma "variedade de queijos" e duas garrafas do vinho português "Mateus Rose", num custo total de CR$ 15.826. A massagem do ministro, feita no dia 21 de novembro no Caesar Park, custou CR$ 3.500,00.

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