São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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Empresários mantém repasses

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os empresários vão manter os repasses para os preços de aumentos de impostos e juros. O presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Levy Nogueira, que se reuniu ontem com o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, disse que os supermercados serão obrigados a repassar aos consumidores os reajustes de até 40% praticados pelas indústrias.
A afirmação desagradou o ministro, para quem "um empurra a responsabilidade pelos reajustes para o outro e quem paga é o povo. Não vou concordar com isso". Além de Nogueira também estava na reunião o presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica), Nelson Peixoto Freire. Segundo ele, "o próprio governo sinalizou a alta da inflação com a taxa de juros".
Para o ministro, os empresários estão usando a URV (Unidade Real de Valor) como pretexto. FHC disse estar tentando inibir as remarcações abusivas dialogando com os empresários. FHC disse ainda que "não há razão para a especulação, a não ser que os empresários prefiram o controle de preços", destacando que não pretende adotar essa medida.
Nos últimos 15 dias, a Secretaria de Política Econômica detectou entre oligopólios aumentos de preços considerados arbitrários. Os oligopólios serão chamados ainda nesta semana para uma reunião.
Ontem, FHC argumentou com diretores da Abras e Abinee, que "a URV não será adotada de uma hora para outra". Segundo o ministro, "no momento oportuno" a equipe econômica vai negociar com empresários e entidades sindiciais a conversão de salários e preços. Uma das alternativas em estudo é a conversão dos salários pela média de 1993.

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