São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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PMDB estuda comissão para julgar Quércia

TALES FARIA; EUMANO SILVA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

PMDB estuda comissão para julgar Quércia
EUMANO SILVA
TALES FARIA
O ex-governador de São Paulo Orestes Quércia apresentou ontem à Executiva do PMDB um conjunto de documentos com os quais pretende provar inocência em todas as acusações de corrupção que lhe foram feitas. Ele queria um aval do partido para a sua defesa, mas não conseguiu. Haverá nova reunião da Executiva para discutir a criação de uma comissão de avaliação dos documentos.
No discurso que fez aos membros da Executiva, Quércia afirmou que as acusações contra ele se devem a uma campanha de seus inimigos políticos e de "uma parcela da imprensa paulista". Em entrevista coletiva, ele afirmou que seu maior inimigo é o PT, "que manda no Ministério Público paulista".
Os documentos apresentados contêm explicações sobre importação de equipamentos eletrônicos de Israel, privatização da Vasp, multas aplicadas nas empresas de Quércia pela Receita Federal, suposto desvio de trilhos de bondes da Prefeitura de Campinas para sua fazenda e aumento de patrimônio. Também tratam das acusações de que Quércia teria negociado com o regime militar o fim de uma CGI (Comissão Geral de Investigação) contra ele.
A principal peça da defesa do ex-governador é um relatório de uma auditoria feita pela empresa Trevisan Auditores e Consultores. O relatório afirma que Quércia pagou regularmente seu Imposto de Renda e que o aumento patrimonial das empresas foi conseguido com recursos de suas "operações próprias".
Ao apresentar-se à Executiva do PMDB, Quércia conseguiu um palanque para voltar ao cenário político, mas não conseguiu recuperar espaço político suficiente para convencer o partido de que pode ser candidato à Presidência da República. Ele afirmou que ainda não decidiu seu futuro político.
"Não adianta o Quércia se explicar para o partido. Ele tem é de se explicar para a opinião pública, que continua convencida de que ele cometeu irregularidades", afirmou o líder do PMDB na Câmara, Tarcísio Delgado (MG).

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