São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994
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Aspirina pode salvar mais de 100 mil vidas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A aspirina pode evitar mais de 100 mil mortes prematuras por ano, causadas por infartos e derrames cerebrais em todo o mundo. Estudo internacional publicado hoje no "British Medical Journal" informa que a aspirina evita a formação de coágulos no sangue não só de homens –o que se sabia há mais de uma década–, mas também de mulheres.
"A aspirina é barata, simples e eficaz. Evita que o sangue coagule", disse Rory Rollins, pesquisador da Enfermaria Radcliffe em Oxford (Reino Unido). Ele apresentou os resultados de testes em 140 mil pacientes de 25 países.
Segundo os pesquisadores, apenas meia aspirina por dia poderia ajudar milhões de pessoas que já sofreram ataques do coração e derrames. Para eles, um tratamento prolongado com aspirina deve ser considerado para quase todas as pessoas que sofrem de angina, têm histórico de doenças cardíacas ou receberam uma ponte arterial.
O estudo mostrou que a aspirina impede a formação de coágulos não apenas em artérias, mas também em veias. "Os médicos não tinham idéia de quantos pacientes podem tirar proveito da aspirina, porque as evidências estavam espalhadas pelo mundo", disse Richard Peto, um dos pesquisadores.
A colaboração internacional, que envolveu 300 testes clínicos, foi coordenada no Reino Unido pelo Fundo Imperial de Pesquisa sobre o Câncer, pelo Conselho Médico de Pesquisa e pela Fundação Britânica do Coração.
"A aspirina é tão comum que muitos médicos e pacientes ainda não reconhecem plenamente sua importância. Se ela fosse cem vezes mais cara, ela talvez fosse mais usada", disse Peto, que atribuiu à droga o poder de salvar até 20.000 vidas nos Estados Unidos, 7.000 no Japão e 30.000 na União Européia.
Mas os pesquisadores enfatizaram que a aspirina não é uma panacéia geral. Ela não deve ser usada por pessoas com baixo risco de sofrer ataques do coração ou derrames, porque poderia haver sangramento nos intestinos ou no cérebro.
O "British Medical Journal" publica na mesma edição mais dois trabalhos dedicados à capacidade da aspirina prevenir doenças do sistema circulatório.

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