São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994
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Subvenção pode levar à cassação de até doze

RUDOLFO LAGO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Subcomissão de Subvenções Sociais da CPI do Orçamento, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), deverá propor em seu relatório a cassação de pelo menos nove parlamentares. Outros três nomes poderão, até o final dos trabalhos da CPI, ser incluídos também na lista dos que cometeram irregularidades com subvenções sociais.
O senador considerou que estão envolvidos em irregularidades na gestão das verbas de subvenção os deputados João Alves (sem partido-BA), Genebaldo Correia (PMDB-BA), Cid Carvalho (PMDB-MA), João de Deus Antunes (PPR-RS), José Geraldo Ribeiro (PMDB-MG), Fábio Raunheitti (PTB-RJ), Francisco Diógenes (PPR-AC), o suplente de deputado Féres Náder (PTB-RJ) e o senador Ronaldo Aragão (PMDB-RO).
O deputado João Alves não está diretamente vinculado a entidades que recebiam subvenções sociais, mas era ele quem definia junto aos ministérios quem teria direito ou não aos recursos.
O maior implicado pela subcomissão é o deputado Fábio Raunheitti. Ele destinou nos últimos cinco anos US$ 14,9 milhões a entidades dirigidas por sua própria família na Baixada Fluminense (RJ).
O deputado José Geraldo Ribeiro destinou recursos para três entidades sociais que funcionam no mesmo endereço que suas empreiteiras, a Engesolo e a RLMG S/A. Os diretores das entidades são todos funcionários das empreiteiras.
O deputado João de Deus Antunes ficou com US$ 2.500 e sua mãe, Maria Antônia Antunes, com US$ 4.600 dos US$ 66.500 que ele destinou para a Ação Social Evangélica.
Cid Carvalho e Genebaldo estão implicados no mesmo caso: a destinação de verbas para entidades ligadas a Cid, como a Fundeco (Fundação para o Desenvolvimento Comunitário), de Imperatriz (MA), a Associação Beneficente dos Jovens de Imperatriz e a prefeitura de São Bento. A investigação da CPI revelou que as entidades usaram notas fiscais frias para justificar a aplicação de verbas federais.
O deputado Francisco Diógenes tem uma fundação com seu nome, presidida por sua mulher, Raimunda Estela de Souza Araújo, onde a subcomissão constatou irregularidades na gestão dos recursos.
Contra o senador Ronaldo Aragão, a CPI aponta a compra de três ambulâncias da Fundação JR Aragão, que tem o nome do senador. Os carros foram comprados de uma concessionária de veículos que pertence ao próprio Ronaldo Aragão e nunca entregues.

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