São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994
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Sindicalista fundou CUT

DA FOLHA ABCD

Erramos: 09/01/94 Cláudia Antonia Gabíria obteve abertura de inquérito contra o sindicalista Oswaldo de Carvalho Cruz Júnior por agressão e não por estupro, como foi publicado. Obs.: o " " remete à data errada da publicação desta matéria, 06/01/94. O correto é 07/01/94.
Sindicalista fundou CUT
Oswaldo de Carvalho Cruz Júnior, 40, presidia o Sindicato dos Condutores Rodoviários do ABCD desde 1984 e era considerado um dos principais líderes sindicais do ABCD ao lado de Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (Metalúrgicos do ABCD), Remígio Todeschini (Químicos), e Aparecido Inácio da Silva (Metalúrgicos de São Caetano). Era sua quarta gestão na presidência do sindicato.
Fundador da CUT-ABCD em 1983, era considerado como um dos mais ativos militantes sindicais da região. Filiou-se ao PT logo após a fundação do partido, em 1980, e teve participação destacada em greves gerais convocadas pela CUT no ABCD. Cruz veio para o ABCD em 1978, trabalhando como motorista.
Considerado autoritário e centralizador pelos adversários, Cruz respondeu a seis inquéritos policiais desde 1986, sendo condenado a três meses de detenção em 1992 por porte ilegal de armas. Violento, ele chegou a agredir uma jornalista na sede do sindicato em 1989, segundo informações de funcionários do entidade. Cruz admitiu que brigou com a jornalista, mas negou a agressão.
Durante a década de 80, Cruz foi denunciado à Justiça por sequestro e cárcere privado contra um funcionário de uma empresa de ônibus do ABCD. O sindicalista admitiu que forçou o funcionário a assinar um acordo coletivo dentro de um veículo, mas negou o sequestro.
Cruz era vice-presidente da Organização Mundial dos Transportes, com sede na Suíça, há oito anos. Seus adversários no sindicato o consideravam péssimo administrador. Tentou concorrer a uma vaga de deputado estadual pelo PT em 1990, mas foi barrado na convenção devido aos inquéritos policiais a que respondia.
Um dos grupos que barrou sua candidatura na época era constituído pelas feministas do partido. Cruz era acusado de estupro. Foi aberto inquérito para apurar a denúncia, feita por Cláudia Antônia Gabíria, mas o inquérito foi arquivado.
Cruz era casado com Valéria Cristina Costa, 32, juíza-classista representante da categoria dos condutores rodoviários em São Paulo há nove anos. O sindicalista nasceu em fevereiro de 1953 em Piraju, interior de São Paulo. Tinha três filhos do primeiro casamento, Flaviana e Lamek Cassiano, ambos com 16 anos, e Cassandra, 12. Cruz tinha a guarda dos filhos há 11 anos.
O sindicalista tinha seis irmãos, um deles morto há alguns anos. Um dos irmãos, Clodovil Carvalho Cruz, também é sindicalista. Cruz costumava dizer aos amigos que era mhsmo uma pessoa polêmica e que não tinha medo dos inimigos. Em sua declaração de Imposto de Renda de 1993, Cruz declarou como único bem um Gol GTS ano 91.

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