São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 1994
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Auditores do TCU concluem hoje inspeção; CPI investiga convênio

DAS SUCURSAIS

Os auditores do TCU (Tribunal de Contas da União) Cláudia Maria Borja Reis e Walter Francisco Goulart deverão concluir hoje os trabalhos de levantamento de dados na Fundação Roberto Marinho para averiguar se existem irregularidades em contratos e convênios assinados com o governo federal e que vigoraram de 1988 a 1991. A investigação foi determinada pela CPI do Orçamento, a pedido do deputado federal Paulo Ramos (PDT–RJ).
Ontem, os auditores estiveram na sede da entidade das 9h30 às 15h, prosseguindo o levantamento iniciado na segunda-feira. O relatório deverá estar pronto amanhã.
Convênio
A CPI requisitou ontem da UnB (Universidade de Brasília) todos os documentos relativos a um convênio de US$ 2,6 milhões feito em 1985 com a Fundação Roberto Marinho e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Paulo Ramos disse ter "fortes indícios de que o dinheiro do BID foi usado para montar a Globotec".
A afirmação foi feita depois que ele ouviu o ex-reitor José Carlos de Almeida Azevedo, que assinou o convênio pela UnB em março de 85, pouco antes de deixar o cargo. A Globotec é uma produtora comercial das Organizações Globo.
Neste convênio, a UnB entrava apenas com o prestígio. Os US$ 2,6 milhões do BID seriam usados para importar equipamentos que ficariam para a fundação, operadora da nova central de produções. "O dinheiro iria todo para a fundação. A UnB era só a janela", diz o economista Cristovam Buarque, que assumiu a reitoria depois de Azevedo. O convênio teria sido cancelado em julho de 86, por acordo entre as partes.

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