São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 1994
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Briga pelo Eldorado paralisa indústria

MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

A briga da família Veríssimo pela divisão do Eldorado atingiu ontem a indústria de óleos vegetais Crovel, uma das empresas do grupo. Sem receber os salários de dezembro, os funcionários da unidade de Indaiatuba (SP) paralisaram a produção.
"As meninas disseram que devolveram a empresa porque teriam sido lesadas com o acordo e a holding dos primos disse que temos que nos entender com elas", disse à Folha Luiz Antônio Pereira, funcionário da Crovel. A empresa tem capacidade para produzir 4,5 mil toneladas de óleo por mês.
A disputa pelo patrimônio do Eldorado foi parar na Justiça. No processo nº 13.194, distribuído para a 27.ª Vara Cível do Fórum Central de São Paulo, a holding Verpar, que representa a ala dos sobrinhos do fundador do grupo, pede a vigência do acordo de separação das empresas assinado em julho de 93.
Pelo acordo, a Crovel, junto com o atacado J.A. Veríssimo, a Agropecuária São José do Araguaia e o Eldorado do Xingu ficariam com a holding Taveri, das filhas do patriarca João Alves Veríssimo. A Taveri chegou a assumir a administração das empresas, conforme autos do processo nº 13.194. Os hipermercados, indústrias de conservas Vega e o Moinho Paulista caberiam à holding Verpar.
O processo cita que as representantes da Taveri comunicaram sua decisão de devolver algumas das procurações dadas a elas para gerir as empresas através de fax enviado de uma ilha do Caribe. O advogado Aldo Raia, que representa a holding Taveri, não retornou aos telefonemas da reportagem da Folha.
O processo cita o J.P. Morgan, as consultorias KPM&G e Price Waterhouse, e o escritório de advogacia Pinheiro Neto, como avalizadores da decisão das irmãs Maria Conceição Queiróz, Maria Lúcia e Maria Helena Veríssimo em separar os bens.
Ontem, Eduardo Gentil, diretor do J.P. Morgan, afirmou que "após o processo de cisão a Taveri teve acesso a mais dados e tem todo o direito de atualizar a sua avaliação". A Price informou que não poderia se manifestar sobre o processo e nos escritórios Pinheiro Neto e KPM&G não havia diretores para falar sobre o assunto.

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