São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 1994
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Governadores e prefeitos querem ser candidatos sem deixar o cargo

BOB FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma articulação, que já envolve governadores, prefeitos e lideranças no Congresso, busca alterar o artigo l6 da Constituição e permitir mudanças na legislação eleitoral em vigor. Governadores e prefeitos poderiam permanecer em seus cargos e ainda assim ser candidatos, já nas eleições de novembro próximo. Uma vertente desta negociação oferece a possibilidade de reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos.
"Fui consultado e sou contra", disse à Folha o senador Mario Covas (PSDB-SP) ao ser indagado sobre as negociações em curso. Um poderoso governador foi mais claro. Garantiu que, nas conversas sobre reeleição e disputa com permanência no cargo, está incluída a aplicação destas alterações para as eleições deste ano.
Os governadores de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho (PMDM), do Rio, Leonel Brizola (PDT), do Rio Grande do Sul, Alceu Collares (PDT), e o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPR), teriam sido consultados a respeito e manifestado apoio.
'Casuísmos'
"A conversa com o governador Fleury houve, mas não incluiu a eleição deste ano", disse à Folha Eurico Andrade, assessor de comunicação do governador de São Paulo.
"Na terça-feira da semana passada, o governador deu uma carona ao relator da revisão constitucional, Nelson Jobim, e se conversou longamente sobre isto enquanto vínhamos para São Paulo", relatou Andrade ao ser procurado pela Folha.
"Mas as mudanças, com hipótese de reeleição e disputa permanecendo no cargo não valeriam para este ano", acrescentou o assessor. O senador Covas, que ontem à tarde conversou com o relator Jobim a respeito de modificações na legislação eleitoral, afirmou "temer os casuísmos" que costumam acompanhar alterações de última hora nas regras do jogo.
O governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, disse à Folha: "Eu sempre fui a favor da reeleição e o que posso dizer a respeito é que se isto passar eu sou candidato à reeleição". O relator Nelson Jobim foi procurado pela Folha desde às 16h30 e até as 20h45 no havia retornado a ligação.

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